Bretões em pé de guerra

Defender o emprego

Milhares de agricultores, pescadores, empresários, comerciantes e funcionários públicos manifestaram-se, sábado, 2, em Quimper, Oeste da França, contra o declínio económico da região.

Crise radicaliza protestos em França

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No final de uma semana de protestos, a população da Bretanha saiu à rua com o apoio das autoridades locais para exigir medidas que travem a destruição de emprego e o encerramento de milhares de empresas, em particular do sector da agropecuária.

O clima de revolta tem vindo a acentuar-se nas últimas semanas em torno da introdução da chamada «ecotaxa», que o governo de Paris quer aplicar ao tráfego de pesados nas estradas de França, a partir de 1 de Janeiro.

Repudiando o novo imposto, grupos de populares destruíram um dos pórticos preparados para a cobrança das novas portagens rodoviárias, vistas como mais uma penalização à actividade das empresas da região.

Nas ruas de Quimper, onde se verificaram confrontos com as forças de segurança, o sindicato de jovens agricultores despejou três contentores de flores, pretendendo assim assinalar a «morte do emprego na Bretanha».

Além do sector da agropecuária, também a indústria de pescas e agro-alimentar enfrenta grandes dificuldades, provocadas pelo envelhecimento da tecnologia, a falta de investimentos e os constrangimentos impostos pelas políticas comunitárias.

Muitas empresas da região têm fechado as portas, devido à queda das vendas e aos elevados custos de produção, lançando milhares de trabalhadores no desemprego.

Também na cidade de Carhaix, vários milhares de pessoas desfilaram contra o desemprego, numa acção convocada pela CGT e outras centrais sindicais.

A Bretanha é uma região administrativa do Oeste da França com uma larga costa litoral entre o Canal da Mancha e o Oceano Atlântico. Nos seus cinco departamentos, cerca de três milhões de habitantes dependem essencialmente da agropecuária e das pescas.



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