Neonazis húngaros erguem busto a Horthy

Mais de meio milhar de antifascistas protestaram, no domingo, 3, em Budapeste, contra a inauguração de um busto a Miklós Horthy, regente do reino da Hungria entre 1920 e 1944 e aliado de Hitler na II Guerra Mundial.

Os manifestantes expressaram a sua indignação colocando estrelas amarelas, lembrando a perseguição aos judeus sob o regime hitleriano, na qual Horthy participou ordenando a deportação de cerca de 600 mil judeus húngaros para campos de concentração e extermínio.

O busto ao ditador foi inaugurado numa igreja calvinista, por iniciativa do partido neonazi, Jobbik, com o apoio de um clérigo conhecido pelas ideias reaccionárias. Vários participantes no acto envergavam uniformes do exército húngaro, que combateu ao lado da Alemanha nazi, designadamente na invasão da Jugoslávia.

Após a derrota do nazi-fascismo, Horthy beneficiou da protecção dos aliados por ter assinado o armistício com a URSS em Outubro de 1944. Evitou assim ser julgado como criminoso de guerra, tendo-se exilado em Portugal, no Estoril, onde morreu em 1957 com 89 anos.

Nos últimos anos, a extrema-direita húngara tem promovido a imagem de Horthy como «grande estadista». Anteriormente já tinham sido erigidas duas estátuas ao ditador nas localidades de Kereki e Csókakö. Porém, este foi o primeiro monumento inaugurado na capital, Budapeste.

A generalidade dos partidos condenou o acto, a começar pelo Fidesz, actualmente no poder, que o qualificou como uma provocação. Já a oposição socialista chamou a atenção para os perigos da crescente infiltração das ideias da extrema-direita.

O partido Jobbik conta actualmente com 45 dos 386 lugares no parlamento, mas as sondagens indicam que poderá aproveitar o declínio do centro-direita (Fidesz), para aumentar a sua votação nas legislativas previstas para Abril ou Maio.



Mais artigos de: Europa

Intenções não bastam

Um relatório aprovado, dia 23, pelo Parlamento Europeu, constata que a criminalidade organizada, a corrupção e o branqueamento de capitais causam avultados prejuízos aos estados.

Defender o emprego

Milhares de agricultores, pescadores, empresários, comerciantes e funcionários públicos manifestaram-se, sábado, 2, em Quimper, Oeste da França, contra o declínio económico da região.

Dívida pública é maná para a banca

Após ter beneficiado de vultuosas ajudas públicas, que fizeram disparar as dívidas dos estados, a banca está hoje a aumentar os seus lucros precisamente à custa dessa dívida de que foi a principal causadora. Esta é pelo menos a conclusão de um estudo da empresa...

Falência da Fagor ameaça 10 mil empregos

A falência iminente da Fagor Electrodomésticos, empresa cooperativa fundada em 1956 no País Basco (Espanha), põe em risco dez mil postos de trabalho, directos e indirectos, assim como poupanças de dez mil pequenos investidores que apostaram na marca. Considerada a empresa mais...

O «Semestre Europeu» e o PS

O que é o «Semestre Europeu»? Nas palavras de quem o criou: um ciclo de coordenação das políticas económicas e orçamentais na União Europeia. Centra-se no período dos primeiros seis meses de cada ano e por isso se chama «semestre»(1). A...