Síria colabora e cumpre
A maioria das instalações passíveis de produzirem armas químicas na Síria foram já visitadas pela missão mandatada pelas Nações Unidas, a qual também recebeu o inventário do arsenal e a localização dos depósitos.
Damasco já entregou toda a informação à missão internacional
De acordo com as informações prestadas ao secretário-geral da ONU pelos 22 inspectores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e os 50 elementos das Nações Unidas presentes no território, citadas pela AFP, o processo decorre dentro dos prazos previstos e com a colaboração «consistente e construtiva» das autoridades de Damasco, que estão a cumprir escrupulosamente os compromissos assumidos. De um total de 23 locais onde a Síria podia produzir aquele tipo de armamento, 21 foram já inspeccionados pela missão da OPAQ e da ONU, que na esmagadora maioria dos casos verificou a destruição da sua capacidade operacional.
Na posse dos inspectores, está, também, o inventário do arsenal e a listagem dos locais onde este se encontra depositado, facto que, de acordo com as mesmas fontes, permite estabelecer o cronograma de um processo que o Conselho de Segurança das Nações Unidas determinou que deverá estar concluído até ao final do primeiro semestre de 2014.
Entretanto, e a par dos bombardeamentos com morteiros, dos ataques contra serviços e infraestruturas públicas e de fornecimento de energia eléctrica e água potável, dos atentados à bomba, quase diários, perpetrados em todo o país em zonas urbanas de grande concentração e tráfego de civis, os bandos terroristas parecem empenhados numa derradeira tentativa de se apoderarem de armas químicas.
Segundo noticiou a Lusa, o exército sírio combatia, sábado, uma ofensiva dos grupos armados, iniciada segunda-feira, 21, tendo como objectivo um depósito situado nos arredores de Homs. A dimensão da batalha pode ser medida pelas palavras de um dos comandantes mercenários, Oussama Idris, ouvido pela France Press, para quem o roubo daquelas armas químicas «poderia permitir a libertação de toda a Síria».
A destruição do arsenal químico sírio interrompeu os planos belicistas norte-americanos, que pretendiam derrubar pela força o governo liderado por Bachar al-Assad abrindo caminho à tomada do poder pelos chamados rebeldes. A meio da semana passada, os EUA ordenaram a retirada de parte da frota de guerra deslocada para o Mediterrâneo desde meados de Agosto.