Consequências da guerra imperialista
Pelo menos 65 pessoas morreram e 110 ficaram feridas, domingo, em resultado da vaga de atentados bombistas no Iraque que atingiram, sobretudo, a maioria xiita. Segundo os dados divulgados pelas autoridades de Bagdad, citados pela France Press, ataques semelhantes já provocaram, este mês, mais de 650 vítimas mortais. Desde o início de 2013, o total de mortos supera os 5350, na sua maioria civis.
O primeiro-ministro iraquiano compara a crescente violência no país a «uma guerra de genocídio» e responsabiliza a al-Qaeda pela acções criminosas. Nuri al-Maliki sublinha que a situação só tem paralelo ao sucedido em 2008, e confirma que as forças de segurança, os «filhos do Iraque» e membros de comunidades tribais estão reforçar as milícias alegadamente criadas para combater a organização extremista islâmica.
Recentemente, um estudo elaborado por académicos norte-americanos, canadianos e iraquianos calculou em cerca de meio milhão o número de mortos no Iraque em consequência da invasão e ocupação do País. A projecção baseia-se em dados oficiais do governo iraquiano e entrevistas efectuadas em cerca de dois mil domicílios nas 18 províncias do país, contabilizando não apenas as mortes violentas (70 por cento do total), mas também as mortes evitáveis relacionadas com constrangimentos impostos pelas operações militares e o colapso dos serviços públicos.
De acordo com a Lusa, a investigação afirma que as forças ocupantes são responsáveis por 35 por cento do total de vítimas, ao passo que aos grupos armados é atribuída a responsabilidade de 32 por cento das ocorrências.
Esta estimativa difere da apresentada pela organização britânica Iraq Body Count (162 mil mortos), e fica abaixo da apresentada em 2008 pela Opinion Research Business, segundo a qual a guerra no Iraque, iniciada em 2003, teria vitimado entre 733 mil e 1,5 milhões de civis.