Contributo essencial
Sitaram Yechury é membro do Bureau Político do Partido Comunista da Índia (Marxista) e foi um dos convidados internacionais do Congresso. Na sua intervenção, na última sessão, o dirigente comunista indiano referiu-se a Álvaro Cunhal como pertencendo «àquela geração de comunistas que não apenas lutavam pelos direitos dos trabalhadores e contra o fascismo, mas eram igualmente versados em filosofia, nas artes e na música e eram “homens de letras”». Cunhal, acrescentou Yechury, é um «exemplo perfeito de um desses marxistas brilhantes, no verdadeiro sentido daquela máxima de Marx: “nada do que é humano me é estranho”».
Antes de apresentar a visão do seu partido sobre a crise do capitalismo e a alternativa do socialismo, o dirigente do PCI(M) lembrou a visita de Álvaro Cunhal à Índia, em Julho de 1991, integrado numa delegação do PCP, e as conversações prolongadas entre ambos os partidos. No comunicado conjunto desse encontro, recorda Yechury, destacava-se a semelhança de pontos de vista relativamente às novas ameaças colocadas pelo imperialismo e sublinhava-se que os graves retrocessos provocados pela situação na URSS e nos restantes países de Leste não constituíam «um falhanço do socialismo», antes resultavam de distorções e desvios ao ideal comunista.
«A ampla experiência revolucionária do camarada Álvaro Cunhal, em particular o seu papel na luta contra o fascismo de Salazar e a sua convicção inabalável na força do povo, contribuíram para que alcançássemos esta interpretação marxista-leninista correcta. Os eventos que se desenrolam nos nossos dias confirmam a correcção desta análise», valorizou o dirigente comunista indiano.