Bravos sargentos de 1910

Os «nove bravos sar­gentos da Ro­tunda» – como lhes chamou o líder da re­volta mi­litar, An­tónio Ma­chado dos Santos –, foram de­ter­mi­nantes para a im­plan­tação da Re­pú­blica e não podem con­ti­nuar a ser es­que­cidos nem si­len­ci­ados pelas elites, afirmou o di­rector do jornal O Sar­gento, numa breve in­ter­venção, ao início da tarde de 5 de Ou­tubro, na ce­ri­mónia com que o jornal as­si­nalou a efe­mé­ride na Ro­tunda do Marquês, em Lisboa.

Su­bli­nhando que, pela pri­meira vez, a data não foi co­me­mo­rada como fe­riado ofi­cial, Álvaro Mar­tins va­lo­rizou a ini­ci­a­tiva do jornal da As­so­ci­ação Na­ci­onal de Sar­gentos, lendo de­pois um texto de Ma­chado dos Santos, pu­bli­cado no jornal O In­tran­si­gente, na vés­pera do pri­meiro ani­ver­sário da Re­pú­blica, no qual se re­lata como «na manhã do dia 5, os ofi­ciais reúnem em con­selho e de­cidem aban­donar a luta», en­quanto «os sar­gentos do acam­pa­mento da Ro­tunda de­cidem, também, reunir o seu con­selho e de­li­beram con­ti­nuar a lutar».

Os sar­gentos e ou­tros mi­li­tares pre­sentes na ho­me­nagem bra­daram «pre­sente», ao ser lido o nome de cada um dos «nove bravos» de 1910. No centro da Ro­tunda, na base do mo­nu­mento ao Marquês de Pombal, ali er­guido em 1934, foi de­po­si­tada uma coroa de flores nas cores da ban­deira da Re­pú­blica, os­ten­tando as fo­to­gra­fias e os nomes dos sar­gentos que mu­daram a his­tória há 103 anos: Fir­mino Rego, Er­nesto José dos Santos, José So­ares da En­car­nação, Fran­cisco Ale­xandre Lobo Pi­mentel, Lau­rino Vi­eira, Er­nesto Jo­a­quim Feio, Fran­cisco Garcia Te­reno, Ma­nuel da Con­ceição Silva e Mathias dos Santos .

Uma evo­cação se­me­lhante tinha ocor­rido, de manhã, no Ce­mi­tério do Prado do Re­pouso, no Porto. Nesta ini­ci­a­tiva da As­so­ci­ação Cí­vica e Cul­tural 31 de Ja­neiro, um di­ri­gente da ANS também lem­brou os «bravos da Ro­tunda».




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