Solidariedade internacionalista

Pedro Guerreiro

Por todo o mundo, os povos persistem em resistir e lutar

A Festa do Avante! foi uma extraordinária afirmação de solidariedade internacionalista, de luta pela paz, pela democracia e pelo socialismo. Uma Festa que contou com a participação solidária de dezenas de delegações vindas de quatro continentes, dando significativa expressão às amplas e diversificadas relações internacionais que o PCP desenvolve com partidos comunistas e operários e outros partidos e forças progressistas e anti-imperialistas de todo o mundo.

Numa situação internacional caracterizada pela crise estrutural do capitalismo e pela consequente ofensiva imperialista, a Festa do Avante!, pela sua dimensão internacionalista, foi uma demonstração de que, por todo o mundo, os povos persistem em resistir e lutar pela sua emancipação social e nacional.

Enfrentando a brutal ofensiva imperialista, os trabalhadores e os povos, partindo de realidades muito diversificadas, mesmo nas mais difíceis condições, desenvolvendo pequenas ou grandes lutas, levantam-se pela melhoria das suas condições de vida, pelo respeito dos seus inalienáveis direitos sociais, laborais, políticos e culturais, pela conquista ou em defesa da sua soberania e independência nacional, por transformações anti-monopolistas e anti-capitalistas, pela construção do socialismo.

Lutas que pulsaram na Festa, mostrando que há no mundo forças que se opõem à ofensiva imperialista e que os trabalhadores e os povos não estão condenados a submeter-se à exploração e à opressão. Verificando-se ainda uma correlação de forças desfavorável no plano mundial, o real estreitamento da base social de apoio do capitalismo confirma que, apesar de grandes perigos, existem possibilidades de avanços progressistas e revolucionários.

Neste quadro, assume particular importância a luta contra a guerra imperialista. A luta em defesa da paz, da soberania e independência nacionais é uma expressão da luta de classes, assumindo um incontornável conteúdo internacionalista e anti-imperialista e pondo em evidência a importância do marco nacional como terreno decisivo de resistência e de transformação progressista e revolucionária. Aos comunistas está colocada a exigência de intervirem para o alargamento da frente anti-imperialista, promovendo a sua unidade na acção, consolidando amplas alianças que alarguem a frente social e política que se opõe ao imperialismo.

A solidariedade internacionalista é hoje mais necessária do que nunca. Face à actual situação internacional são grandes as responsabilidades que recaem sobre os partidos comunistas e o Movimento Comunista e Revolucionário Internacional. O PCP continuará a dar particular atenção ao reforço da cooperação e unidade na acção dos partidos comunistas e operários.

Neste sentido, o PCP está empenhado na realização e sucesso do 15.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, que se realiza em Lisboa, de 8 a 10 de Novembro. O PCP, no respeito pela história de cada partido e pelos princípios da igualdade, soberania, respeito mútuo e não ingerência, continuará a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para se ultrapassarem dificuldades e problemas e se fortalecer a solidariedade internacionalista dos comunistas – assim como entre estes e as forças progressistas e anti-imperialistas de todo o mundo –, na luta pela paz, pela democracia, pelo progresso social e pelo socialismo.




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