O pacto de agressão no País e no distrito de Coimbra
Mais de 51 000 000 de euros de créditos devidos aos trabalhadores
No distrito de Coimbra assistimos a um desemprego crescente que, em dois anos do pacto de agressão assinado por PS, PSD e CDS, subiu de 17 000 para 31 000 desempregados, sendo que 66% não recebe subsídio de desemprego. O número de falências também está a crescer: só no ano de 2013, foram mais de 200 os pedidos de insolvência. A remuneração base média dos trabalhadores por conta de outrem tem vindo a diminuir, sendo em todos os concelhos inferior à média nacional. A destruição do aparelho produtivo e das unidades industriais do concelho é uma realidade, perante a inacção das maiorias que têm estado no poder.
Devido à insolvência de empresas já ascende a mais de 51 000 000 de euros os créditos devidos aos trabalhadores dessas empresas. Muitos dos encerramentos e insolvências serviram para venda de património e massa falida e negócios de especulação imobiliária, num quadro em que são sempre os trabalhadores a pagar a factura.
A situação social tem-se agravado, mas a luta também se tem intensificado no distrito. Reflexo desta intensificação foi a grandiosa greve geral do passado dia 27 de Junho, com reflexos em todos os concelhos e em todos os ramos e sectores. Greve determinante na luta contra roubo dos salários e rendimentos, contra a liquidação de direitos sociais e injustiças, contra a exploração e o empobrecimento.
Abalo irreparável
Assistimos a uma série de «cambalhotas« para afastar as demissões de governantes e os crescentes problemas entre membros do Governo da intensificação da luta de massas. Foi a luta que acentuou as contradições entre eles. Vítor Gaspar bem pode dizer que já andava a pensar demitir-se há dois anos. Paulo Portas bem pode afirmar irrevogavelmente que andava há muito chateado com o 1.º ministro. Tentaram apresentar o espectáculo de degradação do Governo PSD/CDS-PP como resultado de meras «tricas» e dissonâncias entre governantes, para fazer esquecer que estas contradições e dissonâncias surgiram após um período de intensa luta de massas, nomeadamente após a grandiosa greve geral.
O PCP caracterizou a greve geral como «Abalo irreparável» a este Governo. Um partido com a nossa matriz ideológica sabe da importância da luta de massas, sabe que o braço de ferro entre o trabalho e o capital está sempre presente, umas vezes manifesta-se de forma mais aberta outras mais dissimulada, mas está sempre lá. E sabe que, quando milhares de trabalhadores decidem participar numa greve pela demissão do governo e milhares apoiam os objectivos da greve, os representantes da classe dominante abanam.
Após o abalo irreparável seguiram-se as mais diversas manobras para tentar salvar a política de destruição nacional contida no pacto de agressão assinado por PS, PSD e CDS, e para tentar esconder que a única saída digna desta situação era a da demissão do Governo e da realização de eleições antecipadas, no caminho para rejeitar o pacto de agressão, assegurar a ruptura com a política de direita e concretizar uma política e um governo patrióticos e de esquerda.
Manobras, acompanhadas por uma fortíssima campanha de condicionamento, em que o Presidente da República assumiu protagonismo e responsabilidade no apoio ao prosseguimento da acção do Governo e da maioria ilegítima e constituiu-se como um factor de degradação do funcionamento das instituições democráticas, impedindo a expressão do povo e desrespeitando o juramento que assumiu de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa. O Presidente da República continua o seu percurso de vassalagem ao grande capital dando posse a membros do Governo com as ligações a negócios ruinosos para o País como os swaps, o BPN e o BPP.
Não há moções de confiança capazes de dar legitimidade a este Governo. Está nas mãos dos trabalhadores e do povo reforçar o PCP e a CDU como elemento fundamental da construção de uma alternativa política, assim como está nas mãos dos trabalhadores e do povo intensificar a luta pela exigência da demissão do Governo, da realização de eleições antecipadas, da rejeição do pacto de agressão, da ruptura com a política de direita e da concretização de uma política patriótica e de esquerda.