A prisão no Luso
Mais de uma centena de pessoas participaram, no domingo, na Mealhada, numa sessão evocativa da prisão de Álvaro Cunhal na casa clandestina que habitava, no Luso, a 25 de Março de 1949. Na ocasião foram igualmente presos o também membro do Secretariado, Militão Ribeiro (assassinado na Penitenciária de Lisboa no início do ano seguinte) e Sofia Ferreira.
A sessão contou com a intervenção de João Louceiro, da Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP, que relembrou os acontecimentos que conduziram à prisão e salientou a abnegação, determinação e combatividade destes e de muitos outros militantes comunistas, que escolheram «tomar partido», bem como a importância de, hoje, continuar a luta por um Portugal livre, soberano e justo. A seguir, Domingos Abrantes, destacado dirigente do Partido ao longo de décadas, referiu o duro golpe que a prisão de Álvaro Cunhal representou para o PCP, numa altura em que vários outros dirigentes foram presos. Domingos Abrantes salientou ainda a importância da acção de Álvaro Cunhal para a afirmação e fortalecimento do Partido, para o aprofundar do trabalho de massas e para a própria libertação do País do fascismo.
Isabel Lemos e José Neves, para terminar, conduziram a assistência por uma emocionante e entusiasmante sessão de leituras de textos e poemas de vários autores, entre os quais José Carlos Ary dos Santos e Pablo Neruda.