Marelys Perez *

Construir a alternativa

O presidente Hugo Chávez procurou enquadrar a revolução bolivariana, de cariz anti-imperialista e agora também anticapitalista, com as diversas correntes políticas internacionais que comungam desses objectivos. Este princípio possibilita que o Partido Socialista Unida da Venezuela, que é um partido jovem, vá estabelecendo relações com diversos partidos comunistas e socialistas. Trata-se, no fundo, de aprofundar o debate sobre a alternativa socialista, projecto que nós vamos construindo e aperfeiçoando com o nosso povo e tendo em conta as particularidades latinoa-americanas e a nossa realidade, mas sem nunca esquecer a ampla troca de opiniões e experiências ao nível internacional. É neste contexto que se enquadra a nossa participação no vosso Congresso.

A participação popular na revolução bolivariana tem sido determinante. O povo venezuelano tem sido, de facto, o principal protagonista do processo em curso. Desde logo porque derrotou as várias tentativas golpistas, ganhando consciência da sua força e dos adversários que defronta. Mas também nas sucessivas vitórias eleitorais bolivarianas, obtidas, sublinhe-se, no quadro de uma democracia representativa burguesa e no contexto da qual enfrentámos e derrotámos nas urnas a velha oligarquia que sempre dominou o país e os votos, e que mantém os vínculos e apoio do imperialismo.

Tal é nítido, também pelo avanço registado com a constituição dos conselhos comunais, espaços de decisão e compromisso com a revolução bolivariana, de amadurecimento político e ideológico, de intervenção concreta em todos e momentos e as batalhas centrais da consolidação do nosso projecto transformador, cujo objectivo assumido é construção do socialismo.

Importa ainda relevar o papel da Venezuela bolivariana no plano da integração regional, um caminho percorrido com a constituição da ALBA, da UNASUR, da Petrocaribe, do Banco do Sul, por exemplo, e que culmina com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), estrutura que, pela primeira vez na história, junta as nações do subcontinente em torno da multilateralidade, do projecto de Pátria Grande como a entendia Símon Bolívar, sem o domínio dos EUA e Canadá.

* Deputada do PSUV no Parlatino



Mais artigos de: Temas

Resistir é a primeira opção

Concluímos nesta edição a publicação dos depoimentos ao Avante! recolhidos no XIX Congresso do PCP, realizado em Almada de 30 de Novembro a 2 de Dezembro O Estado de Israel funciona como base avançada do imperialismo no Médio Oriente, cujos...

Reforçar e avançar

A legitimidade política e democrática do presidente Hugo Chávez foi reiterada de forma indiscutível pelos trabalhadores, pelos jovens, pelas mulheres, pelos camponeses nas últimas presidenciais realizadas na Venezuela. Assim foi porque se mantém o compromisso de responder...

A mesma luta

O Partido Comunista do Chile e o Partido Comunista Português têm muito em comum. Oito meses depois da instauração da ditadura no nosso país, Portugal libertava-se da ditadura fascista que oprimiu o povo durante 48 anos. Tal como os comunistas portugueses, também nós...

Erguer Timor o quanto antes

Enfrentámos alguns problemas depois da restauração da nossa independência, a 20 de Maio de 2002. Houve várias tentativas de travar a Fretilin e a sua consolidação como o maior partido nacional e solução de governo. Foi essa intenção que esteve na...

Por uma paz justa

A participação do povo colombiano e a solidariedade internacional são fundamentais para evitar que o processo de paz em curso saia frustrado. O Partido Comunista assumiu como tarefa prioritária, neste momento, apoiar o processo de paz e garantir a participação dos trabalhadores,...