Saúde não se vende, defende-se
Pela segunda vez este ano, uma «maré branca» encheu no domingo as artérias centrais da capital espanhola para repudiar o plano de privatização da gestão hospitalar.
Maré branca pelo direito à Saúde
Milhares de trabalhadores da saúde, vestidos de batas brancas, e de outros sectores da Administração Pública a que se juntou a população em geral, desfilaram pelas grandes avenidas da cidade, da Praça Colon até ao Ministério da Saúde da Comunidade de Madrid.
Os manifestantes exigem a revogação do plano aprovado em 27 de Dezembro pela Assembleia de Madrid, que prevê a entrega da gestão de seis hospitais e 27 centros de saúde a privados.
Nos cartazes e palavras de ordem gritadas pelos manifestantes lia-se e ouvia-se frases como: «A saúde não é negociável, não com os meus impostos», «Cortes também para o clero, toureiros e banqueiros».
Outros exigiram a demissão do presidente da comunidade de Madrid, Ignacio González, do seu conselheiro da Saúde, Javier Fernández Lasquetty, e de Antonio Burgueño, director-geral dos hospitais madrilenos, considerado o ideólogo do plano privatizador.
O protesto foi convocado pela mesa sectorial da Saúde, que congrega os principais sindicatos e outras organizações, sob o lema «A saúde não se vende, defende-se».
Esta foi a segunda manifestação realizada este mês em defesa do sistema público de saúde, depois da realizada dia 7, convocada conjuntamente pela Associação de Especialistas de Madrid e a Plataforma de Trabalhadores e Utentes da Saúde, que reuniu milhares de pessoas.
Outras acções estão previstas num longo calendário de luta, através do qual sindicatos e diversas organizações pretendem derrotar o projecto do governo regional.
Os sindicatos afirmam que o plano eliminaria oito mil postos de trabalho e que privatizaria na prática os cuidados de saúde. Fazem ainda questão de sublinhar que a luta, desta vez, não é por reivindicações salariais, mas para defender os serviços médicos de saúde gratuitos.