Despedimento rejeitado
A rescisão do contrato de prestação de serviços com a Prometro não significa a extinção das tarefas que os trabalhadores da Boavex prestam no Metro do Porto, pelo que não se justifica qualquer despedimento, defende o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, da Fectrans/CGTP-IN, que apoiou uma concentração de protesto, realizada no dia 20, de manhã, junto à estação da Trindade.
Confrontados com a decisão de um despedimento colectivo, os trabalhadores da Boavex (também conhecida como BEX) rejeitam a liquidação dos 96 postos de trabalho postos em causa pela Prometro, um consórcio liderado pelo grupo Barraqueiro que, sob a marca comercial ViaPorto, explora o Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto, desde Abril de 2010 e por um período de cinco anos. A concessionária pretende que seja a Prosegur a realizar, a partir de Janeiro, o serviço de apoio comercial que é assegurado pelos trabalhadores da Boavex.
Álvaro Pinto, dirigente do SNTSF, explicou aos jornalistas que será ilegal despedir estes trabalhadores para que as suas funções sejam desempenhadas por outros. Esta posição consta igualmente na moção aprovada durante a concentração, na qual se critica o silêncio comprometedor do Governo, perante «um processo completamente ilegal». No documento reclama-se do Metro do Porto, da Prometro, da Boavex e da Prosegur, que os actuais trabalhadores do apoio comercial continuem a fazer esse serviço e tenham preferência na contratação de pessoal. Exige-se ainda que a Boavex assuma todas as suas responsabilidades para com todos os seus trabalhadores. Por fim, afirma-se a determinação de continuar a luta, com uma greve no dia de Natal e com outras acções que a direcção do sindicato ficou mandatada para convocar, incluindo uma vigília junto da sede da Metro do Porto, SA.
Esta empresa pública, «instrumento utilizado pelos governos para a construção deste modo de transporte à custa do erário público, para de seguida entregar a sua exploração a empresas privadas», por seu turno, anunciou que pretende reduzir os seus efectivos a metade, até 2014, seguindo os objectivos do PET e do OE 2013 – revelou a Fectrans no dia 10, citando uma informação da CT numa reunião com os trabalhadores.