As políticas alternativas existem
Ao plenário da AR levou também o PCP o essencial das conclusões das suas Jornadas numa declaração política proferida faz hoje oito dias pelo deputado João Ramos através da qual foi reafirmada a existência de uma política alternativa capaz de romper com este ciclo infernal de «pôr sempre os mesmos a pagar e proteger sempre os responsáveis pela crise».
Uma política que «ao asfixiar a generalidade dos portugueses está a afundar o País», assinalou o parlamentar comunista, que referiu a propósito a opinião transmitida em reunião ao Grupo comunista pelo núcleo empresarial da região de Beja dando conta de que «mesmo que houvesse incentivos públicos de 100% para contratação de pessoal, as empresas não contratariam porque não têm a quem vender aquilo que produzem».
Para a realidade do distrito de Beja, pelo qual foi eleito, chamou ainda a atenção João Ramos, lembrando, nomeadamente, que este é um distrito onde são bem visíveis as consequências das políticas de direita, como seja o elevado número de desempregados, autarquias asfixiadas e roubadas nas suas receitas, Ensino Superior subfinanciado, empresários desesperados, acesso à saúde cada vez mais caro e mais distante, vias rodoviárias estruturantes inacabadas.
Mas ao Baixo Alentejo, como ao País, não faltam potencialidades, segundo João Ramos, que o demonstrou dando como exemplo o projecto de Alqueva, já com 33 mil hectares a regar e 60 mil infraestruturados. E a pergunta que deixou, a este propósito, foi esta: «Numa altura em que tanto se fala na redução de importações, por que não há uma estratégia que dê orientações sobre produções que possamos fazer em Portugal?»
Daí que, sustentou, haja necessidade de «planificação», para que o investimento público seja efectivamente aproveitado pelo País e não apenas por alguns».
Planificação que em sua opinião tem igualmente de ser observada em relação ao sector mineiro. É que temos as maiores minas de cobre da Europa e uma das mais importantes do mundo (em qualidade de minério) mas essa riqueza é desbaratada numa concessão em que o grande beneficiário é a multinacional que as explora.