Ganha o consórcio, perde o Estado
A tão falada «renegociação» do contrato entre o Estado, através da Estradas de Portugal, e o consórcio Rotas do Algarve Litoral é, para o Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP, «um logro». Num comunicado de segunda-feira, aquele organismo partidário lembra que as obras de requalificação daquela via estão paradas há mais de seis meses e que, ao contrário do que o Governo afirma, não haverá qualquer poupança com a dita «renegociação».
Os comunistas algarvios esclarecem que a dita «poupança» se traduz no cancelamento de uma parte importante dos investimentos previstos e há muito reivindicados – variantes de Odiáxere, Olhão, Luz de Tavira e da EN2 entre Faro e São Brás de Alportel – e na transferência para a Estradas de Portugal, a partir de 1 de Janeiro de 2014, da conservação e manutenção de cerca de 93 quilómetros que estavam integrados na subconcessão. Assim, e ao contrário do que diz o Governo, o que existe é um «corte nas obras previstas e a transferência para o Estado dos custos anteriormente assumidos pelo consórcio Rotas do Algarve Litoral». Já o consórsio mantém intocáveis as suas «elevadas taxas de rentabilidade», acusa o PCP.
Considerando estar-se perante um logro que «exige denúncia e combate», o Partido lembra que as «principais vítimas» são as populações, castigadas pelas portagens na Via do Infante, pelas longas horas de circulação na EN125, pela crescente sinistralidade rodoviária e pelos sucessivos adiamentos em infra-estruturas fundamentais. Ao mesmo tempo que exige que sejam tornados públicos os exactos termos desta «renegociação», o PCP acrescenta que «não há nenhuma razão para que sejam, uma vez mais, adiadas para as calendas gregas as imprescindíveis obras de requalificação da EN125».