Acusação contra mineiros suspensa
O Ministério público sul-africano anunciou, domingo, a suspensão do processo movido contra 270 mineiros de Marikana, acusados de homicídio, assalto à mão armada e violência pública na sequência do massacre de 16 de Agosto, que vitimou 34 trabalhadores e deixou outros 78 feridos.
A magistratura justificou a interrupção com a necessidade de concluir as investigações sobre os acontecimentos na mina de platina de Lonmin, e informou que os mineiros detidos serão colocados em liberdade condicional enquanto decorre o apuramento, a cargo da comissão especial empossada pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
A decisão foi tornada pública depois de o ministro da Justiça sul-africano, Jeff Radebe, ter pedido explicações à procuradoria-geral sobre «a racionalidade» do processo-crime instaurado aos mineiros detidos. Radebe considerou que «a decisão da procuradoria criou um sentimento de choque, pânico e confusão entre os membros da comunidade e entre o público sul-africano em geral».
Entretanto, meios de comunicação social presentes em Marikana na altura do massacre afirmam que, antes das rajadas de metralhadora disparadas pela polícia contra os trabalhadores, vários tiros foram disparados por indivíduos misturados na multidão de grevistas, mas à excepção de uma imagem captada pela Al-Jazeera, até ao momento não são conhecidos outros registos visuais de homens a dispararem armas de fogo na direcção da polícia ou dos manifestantes, mas tão somente registos sonoros que o indiciam captados momentos antes dos disparos das autoridades.