Acabar com a dependência
Face à notícia de que Portugal produziu menos cereais este ano, alegadamente devido à seca, os comunistas do Alentejo acusam os sucessivos governos de terem adoptado uma política agrícola destrutiva, dependente do estrangeiro.
Pôr Portugal a produzir é uma inadiável necessidade
«Na verdade a nossa situação de dependência extrema cerealífera resulta de uma política deliberada, levando a que ao longo de muitos anos não se semeasse e não se produzisse», denuncia, em nota de imprensa, o Executivo da Direcção Regional do Alentejo do PCP, informando que, por exemplo, em 2008 Portugal importou 62 por cento de milho, 87 por cento de trigo rijo e 90 por cento de trigo mole, «o que demonstra que o problema do País não é apenas a seca, mas a falta de utilização correcta da terra, de se pagar para não produzir e da falta de apoio à produção».
Os comunistas do Alentejo reclamam por isso a urgência de «pôr Portugal a produzir», sendo esta «uma imperiosa e inadiável necessidade e uma condição para salvaguardarmos a nossa soberania alimentar». Para que tal aconteça é preciso, entre outras medidas, defendidas desde sempre pelo PCP, apoiar quem produz, acabar com o fim dos pagamentos de milhões de euros para deixar as terras abandonadas e não as cultivar, reduzir os preços dos factores de produção, apoiar o escoamento da produção e controlar a comercialização agrícola.
Nas propostas dos comunistas para aumentar a produção agrícola consta ainda o pagamento a preços justos da produção, o acesso ao crédito, a reconversão de sequeiro em regadio, a diversificação das culturas, a formação dos agricultores e dos trabalhadores rurais, o apoio ao associativismo e cooperativismo agrícola, a criação de um banco de terras do Estado que assegure o acesso à terra. Caso tal não aconteça, Portugal vai aumentar ainda mais a sua dependência alimentar.