Com esta política o País só anda para trás
O Secretário-geral do PCP acusou o primeiro-ministro de «mentir» e de «dourar a pílula» quando diz que 2013 será um ano de «inversão» e de «preparação da recuperação» económica.
Falar de crescimento é enganar os portugueses
A afirmação do chefe do Governo proferida dia 14 no Pontal «cai por terra à luz de alguma lógica, de alguma inteligência», considera Jerónimo de Sousa, lembrando que «persiste uma ofensiva tremenda» e que o País continua a «andar para trás».
O dirigente comunista falava aos jornalistas no Barreiro onde visitou, sábado, 18, as Festas daquela cidade promovidas pela Câmara Municipal e por uma «Comissão de Festas» integrada, entre outras estruturas, por representantes do movimento associativo e popular.
«Quis mentir para tentar disfarçar o que é hoje Portugal», acusou o líder comunista, aludindo à referência do chefe do Governo de que, apesar de a recessão de 2012 estar a ser mais grave do que o esperado, 2013 será um ano de «inversão» e de «preparação da recuperação» económica.
«Não é preciso ser economista para ver que o País está a andar para trás», sublinhou, adiantando que, enquanto vigorar o que o PCP designa apropriadamente por pacto de agressão, «falar de crescimento e desenvolvimento é enganar os portugueses».
Sobre eventuais novos cortes nos subsídios em 2013, e depois de fazer notar que «geralmente põem lebres de corrida» para abrir caminho e maximizar as medidas que querem depois aplicar, Jerónimo de Sousa afirmou que «os portugueses não consentirão que se cometa mais um roubo, seja no subsídio de férias ou no de Natal». E advertiu que tal medida seria desastrosa «tanto no plano social como no plano económico».
No decurso da visita à Mostra Empresarial e Industrial (MEI), sempre acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, e por outros eleitos comunistas, bem como por dirigentes locais e regionais do PCP, Jerónimo de Sousa ouviu relatos sobre as dificuldades crescentes enfrentadas pelas classes trabalhadoras e por larguíssimas faixas da população em consequência de uma política que agrava as suas condições de vida, as injustiças e as desigualdades.
O Secretário-geral recebeu ainda palavras de incentivo e saudação à luta do PCP, tendo igualmente recebido os cumprimentos das PME presentes, que não deixaram de alertar para o estrangulamento a que estão sujeitas devido a esta política de claro favorecimento do capital e dos grandes grupos económicos.
Jerónimo de Sousa nesta sua visita ao Barreiro pôde constatar, por outro lado, o espírito de forte unidade das freguesias daquele concelho, a exemplo do que se passa na generalidade do País, na sua luta contra a sanha persecutória do Governo visando a sua extinção.
Percorridas pela delegação do PCP nesta sua visita às animadas e concorridas Festas do Barreiro foram ainda ainda os espaços dedicados ao desporto, à Juventude, bem como as tradicionais tasquinhas.