Administração Obama ignora provas

Goldman Sachs escapa à justiça

O De­par­ta­mento de Jus­tiça norte-ame­ri­cano de­cidiu não avançar com um pro­cesso ju­di­cial contra a Goldman Sachs, con­tra­ri­ando as provas re­co­lhidas por uma co­missão do Se­nado dos EUA, que acusa o banco de ter co­me­tido fraude.

O banco terá ven­dido pro­dutos fi­nan­ceiros contra os quais es­pe­cu­lava

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A ins­ti­tuição e os res­pec­tivos exe­cu­tivos ficam, desta forma, a salvo de com­pa­re­cerem em tri­bunal a fim de acla­rarem as ale­gadas prá­ticas in­de­vidas le­vadas a cabo antes e du­rante a crise fi­nan­ceira de 2008/​2009.

Em causa está a co­mer­ci­a­li­zação por parte da Goldman Sachs de um con­junto de pro­dutos fi­nan­ceiros de alto risco, or­çados em cerca de mil mi­lhões de euros, contra os quais a em­presa apos­tava em se­gredo.

Os bancos e ou­tros in­ves­ti­dores que ad­qui­riram os re­fe­ridos pro­dutos não te­riam co­nhe­ci­mento cabal da si­tu­ação, facto que levou a Goldman Sachs a ad­mitir, em 2010, que havia for­ne­cido in­for­mação in­com­pleta aos seus cli­entes, ace­dendo, in­clu­si­va­mente, a pagar uma multa de 447 mi­lhões de euros apli­cada pela Co­missão do Mer­cado de Va­lores (SEC, na sigla in­glesa).

Para o De­par­ta­mento de Jus­tiça dos EUA, «não existe uma base viável para ini­ciar um pro­cesso penal contra a Goldman Sachs ou os seus fun­ci­o­ná­rios», con­si­de­ração que con­traria as re­co­men­da­ções de um co­mité do Se­nado norte-ame­ri­cano en­car­re­gada de ela­borar um re­la­tório sobre a ma­téria. No mesmo dia, a SEC também ilibou o banco de qual­quer ile­ga­li­dade.

O co­mité, li­de­rado pelo de­mo­crata Carl Levin, ela­borou um ex­tenso do­cu­mento que de­dica cerca de 40 por cento do es­paço à Goldman Sachs e à ale­gada fraude re­a­li­zada pela em­presa, bem como de­talha as leis fe­de­rais pre­ten­sa­mente vi­o­ladas.

Na apre­sen­tação do do­cu­mento, Levin ar­gu­mentou que du­rante a in­ves­ti­gação os mem­bros do co­mité en­con­traram «um poço de ser­pentes fi­nan­ceiras, re­plecto de ga­nância, con­flito de in­te­resses e in­jus­tiças», e acusou aber­ta­mente a Sachs de «en­ganar os cli­entes e o Con­gresso», o que, sus­tentou, re­sulta do apu­ra­mento tendo por base mi­lhões de pá­ginas con­tendo me­mo­randos, do­cu­mentos, fo­lhetos ou cor­res­pon­dência elec­tró­nica.

Re­cen­te­mente, Neil Ba­rofsky, o ex-ins­pector-geral do pro­grama pú­blico de as­sis­tência ao sector fi­nan­ceiro norte-ame­ri­cano (que atingiu quase 500 mil mi­lhões de euros, e do qual a Goldman Sachs be­ne­fi­ciou am­pla­mente), qua­li­ficou de es­cân­dalo o facto de ne­nhum banco ou ban­queiro ter sido acu­sado e le­vado a tri­bunal desde a fa­lência do Lehman Brothers.



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