Alterações ao Código do Trabalho

Entregue pedido de fiscalização

O PCP, conjuntamente com o PEV e o BE, apresentou faz hoje oito dias ao Tribunal Constitucional um pedido de fiscalização sucessiva abstracta da constitucionalidade das normas propostas pelo Governo que alteram o Código de Trabalho.

Na base desta iniciativa, subscrita por 24 deputados (14 do PCP, dois do PEV e oito do BE), está a consideração de que há «um conjunto muito vasto de normas que violam claramente e de forma chocante a Constituição», segundo as palavras do deputado comunista Jorge Machado.

O princípio do despedimento sem justa causa, o direito à retribuição, a conciliação entre a vida profissional e familiar são algumas das normas que estão claramente em confronto com o que está consagrado no Código do Trabalho.

Daí o pedido de fiscalização sucessiva quer do banco de horas quer da eliminação de feriados e majoração de dias de férias, bem como do trabalho suplementar pago a metade do seu valor, do despedimento por inadaptação ou da eliminação por via da lei de direitos que estão consagrados na contratação colectiva.

Para Jorge Machado, que integrou a delegação que se deslocou ao Palácio Ratton para formalizar a entrega do pedido ao TC, a Constituição «não é inóqua ou acrítica relativamente aos direitos dos trabalhadores». Desde a Constituinte, lembrou, «tomou posição no sentido de salvaguardar aquela que é a parte mais frágil e vulnerável das relações laborais», ou seja, optou por proteger os trabalhadores.

Nesse sentido, para o PCP, o Tribunal Constitucional não pode deixar de avaliar este Código de Trabalho, tendo em conta não só esta perspectiva como a flagrante «violação concreta» que em sua opinião ocorre relativamente a estas normas. É disso exemplo o despedimento por inadaptação, claramente por razões subjectivas, deixando ao livre arbítrio do patrão o poder de determinar se um dado trabalhador «deixou ou não de ter a qualidade» que possa justificar o despedimento.

O mesmo em relação à eliminação de direitos consagrados na contratação colectiva – «o que constitui uma clara violação à liberdade sindical e à liberdade de negociação colectiva», afirma o deputado do PCP.

Além de entender que compete ao TC «declarar de imediato a inconstitucionalidade de tais normas», na perspectiva do PCP cabe à luta dos trabalhadores nos seus postos de trabalho, empresa a empresa, impedir também a sua concretização.

 

 



Mais artigos de: Assembleia da República

Retrocesso social e declínio nacional

«Profunda degradação económica, social, nacional», eis o retrato do País, dobrado que está um ano de governação PSD/CDS-PP. Essa é a leitura do PCP levada quarta-feira passada, 11, ao debate parlamentar sobre o estado da Nação.

«Não há que ter medo do futuro»

Passou um ano de aplicação do pacto de agressão subscrito pelo PS e pelos partidos do actual Governo, com FMI, a UE e o BCE, passou um ano de Governo PSD/CDS-PP e os resultados estão à vista, o estado da Nação é de profunda degradação económica,...

Passividade e incompetência

Assume a dimensão de verdadeiro «cataclismo social e económico» o quadro que se vive no sector da construção civil e obras públicas.

Melhorar preços e rede de lotas

No ano passado o preço médio de venda do peixe em lota foi de um euro e 67 cêntimos e o preço da sardinha (40 por cento das capturas) foi de 68 cêntimos. Sabendo-se ao preço que se encontra na banca da peixaria, fácil é perceber as margens de lucro obtidos por quem...