Sector das pescas

Melhorar preços e rede de lotas

No ano pas­sado o preço médio de venda do peixe em lota foi de um euro e 67 cên­timos e o preço da sar­dinha (40 por cento das cap­turas) foi de 68 cên­timos. Sa­bendo-se ao preço que se en­contra na banca da pei­xaria, fácil é per­ceber as mar­gens de lucro ob­tidos por quem não lança as artes de pesca ao mar.

Também por esta razão faz sen­tido a pro­posta do PCP para que seja ela­bo­rado um es­tudo da ca­deia de valor do pes­cado – à se­me­lhança do que está a ser feito na PARCA para a pro­dução agro­a­li­mentar – com vista a de­ter­minar as mar­gens mé­dias da cada es­calão/​tipo de agente ou ope­rador na co­mer­ci­a­li­zação.

Este é um dos pontos que consta do pro­jecto de re­so­lução do PCP re­cen­te­mente em de­bate e o único, dos três apre­sen­tados na forma de re­co­men­dação ao Go­verno, que foi apro­vado pelo Par­la­mento, por una­ni­mi­dade.

Já o mesmo não acon­teceu com o ponto onde se re­co­men­dava que a partir desse es­tudo da ca­deia de valor se pro­ce­desse à re­gu­la­men­tação pelo pos­sível es­ta­be­le­ci­mento de mar­gens má­ximas, que foi in­vi­a­bi­li­zado pelos votos da mai­oria PSD/​CDS-PP.

Tal como não passou o pri­meiro ponto – aqui com o PS a juntar-se ao voto contra dos par­tidos que apoiam o Go­verno – que su­geria uma ava­li­ação do alar­ga­mento da rede de postos de ven­dagem de forma a apro­ximar esta rede da rede de co­mu­ni­dades pis­ca­tó­rias. Este é um as­pecto a que a ban­cada do PCP atri­buía grande re­le­vância na me­dida em que, como ex­plicou o de­pu­tado João Ramos, tudo aponta para a exis­tência de uma des­con­for­mi­dade entre a ac­tual rede de re­cepção e venda de peixe e aquelas que são as ne­ces­si­dades das co­mu­ni­dades pis­ca­tó­rias. Isto porque, es­cla­receu, en­quanto, por um lado, aquela rede é com­posta por 20 lotas e 33 postos de ven­dagem, por outro lado, o nú­mero de portos de pesca eleva-se a 90. Donde re­sulta, pois, ob­servou o par­la­mentar co­mu­nista, que al­gumas dessas co­mu­ni­dades pis­ca­tó­rias são obri­gadas a mai­ores des­lo­ca­ções para des­car­regar o pes­cado, com os custos daí ine­rentes.

Pro­nun­ci­ando-se sobre um pro­jecto de re­so­lução do CDS-PP re­la­tivo ao pro­cesso de venda em lota de peixe de aqual­cul­tura e peixe con­ge­lado, apro­vado pelos seus au­tores e pelo PSD, com a abs­tenção de todas as ou­tras ban­cadas, João Ramos con­si­derou-o re­dun­dante por­quanto, sa­li­entou, «tudo aquilo que o CDS-PP propõe já existe».

 



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