OIT denuncia cortes no sector público

Futuro ameaçado

A Or­ga­ni­zação In­ter­na­ci­onal do Tra­balho (OIT) alerta que os cortes «sem pre­ce­dentes» no sector pú­blico têm vindo a de­te­ri­orar a se­gu­rança de em­prego e os sa­lá­rios dos fun­ci­o­ná­rios pú­blicos na Eu­ropa.

Cortes de­gradam ser­viços pú­blicos

Image 10837

No do­cu­mento «Ajus­ta­mentos no Sector Pú­blico – Pers­pec­tivas, Efeitos e Ques­tões Po­lí­ticas», di­vul­gado dia 28, a OIT cons­tata que a «forte pressão para re­duzir a des­pesa pú­blica tende a fa­vo­recer ajustes quan­ti­ta­tivos, so­bre­tudo através de cortes na des­pesa, nos postos de tra­balho e nos sa­lá­rios do sector pú­blico».
Se­gundo o es­pe­ci­a­lista da or­ga­ni­zação in­ter­na­ci­onal res­pon­sável pelo re­la­tório, Da-niel Vaughan-Whi­tehead, todas estas al­te­ra­ções «não podem ter um efeito neutro na qua­li­dade fu­tura dos ser­viços pú­blicos». Con­sequên­cias ne­ga­tivas «são já hoje ob­ser­vadas na edu­cação e na saúde, bem como no em­prego na ad­mi­nis­tração pú­blica»
O es­tudo lembra que em vá­rios países eu­ro­peus, os fun­ci­o­ná­rios pú­blicos per­deram «as van­ta­gens sa­la­riais que tra­di­ci­o­nal­mente ti­nham re­la­ti­va­mente aos tra­ba­lha­dores do sector pri­vado, as quais se jus­ti­fi­cavam pelo nível mais ele­vado de ha­bi­li­ta­ções».
A de­gra­dação sa­la­rial e das con­di­ções de tra­balho «não só con­duziu à saída de muitos tra­ba­lha­dores, em par­ti­cular mé­dicos, en­fer­meiros e pro­fes­sores, como tornou o sector pú­blico pouco atrac­tivo para os jo­vens li­cen­ci­ados mais qua­li­fi­cados».
Por outro lado, estas me­didas têm agra­vado o «clima so­cial». «As re­formas de­sen­ca­de­aram através de toda a Eu­ropa uma vaga de ma­ni­fes­ta­ções e greves mas­sivas no sector pú­blico, ao qual fre­quen­te­mente se juntam ou­tros grupos so­ciais.

Co­esão so­cial e cres­ci­mento

O re­la­tório sa­li­enta a ne­ces­si­dade de «re­forçar o diá­logo so­cial entre os go­vernos e os tra­ba­lha­dores e de pon­derar um equi­lí­brio maior entre os ob­jec­tivos or­ça­men­tais e de outro tipo con­si­de­ra­ções».
«A igual­dade e o diá­logo so­cial, as pers­pec­tivas de em­prego, as con­di­ções de tra­balho, a efi­ci­ência fu­tura e a qua­li­dade dos ser­viços pú­blicos me­recem mais atenção. Só assim os ser­viços pú­blicos po­derão con­ti­nuar a ser na Eu­ropa uma fonte im­por­tante de co­esão so­cial e cres­ci­mento eco­nó­mico», con­clui o autor do do­cu­mento, pre­pa­rado em co­la­bo­ração com a Co­missão Eu­ro­peia.


Mais artigos de: Europa

Crise para durar

O pro­pa­lado acordo na ci­meira da Zona Euro sobre a pos­si­bi­li­dade de re­ca­pi­ta­li­zação di­recta da banca e a compra de dí­vida dos Es­tados através do fundo eu­ropeu foi a moeda de troca para o des­blo­que­a­mento do pacto or­ça­mental.

Mulheres do carvão

Centenas de mulheres das localidades mineiras das Astúrias, concentraram-se, dia 28, frente à sede do parlamento regional, em Oviedo, para exigir soluções para o sector do carvão, em greve há mais de um mês. O protesto coincidiu com o debate, em...

Solidária com o povo

A deputada do PCP ao Parlamento Europeu, Inês Zuber, e Maurício Miguel, do secretariado da representação do PCP no PE, integram uma delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), que esteve no Paraguai, nos dias 1 e 2,...

Eleição na Islândia

Olafur Grimsson foi reeleito para o quinto mandato de presidente da Islândia, obtendo 52,8 por cento dos votos, no sufrágio realizado dia 30. A sua principal adversária, a jornalista Thora Arnorsdottir, ficou-se pelos 33,16 por cento. Grimssom viu a sua popularidade aumentar quando se recusou, por...

Desde Assunção

Escrevo na saída de Assunção. A visita que a delegação do GUE/NGL fez ao Paraguai, com o objectivo expresso de condenar o golpe de Estado e demonstrar a nossa solidariedade internacionalista com o povo – a nossa, também, dos comunistas...