Chipre negoceia empréstimos
Num quadro caracterizado por grandes pressões, o governo cipriota formalizou, dia 25, a intenção de solicitar um empréstimo financeiro à União Europeia, faltando agora determinar os termos do pedido e a consequente negociação do conteúdo de um possível acordo, nomeadamente quanto à definição de montantes, prazos e juros.
Com vista a assegurar a recapitalização de alguns dos seus bancos, o governo de Chipre desenvolve um conjunto de iniciativas, tendo nomeadamente encetado negociações bilaterais com a Rússia e a China para a concretização de empréstimos por parte destes dois países.
As dificuldades do país resultam da grande exposição do seu sistema financeiro à economia da Grécia, que tem sido alvo da brutal ingerência e aplicação dos denominados «memorandos» da UE e do FMI – inadmissíveis instrumentos de extorsão e de exploração dos trabalhadores e do povo grego, que, representando um enorme retrocesso social e provocando calamitosas consequências para a economia grega, servem os interesses das grandes potências e dos grandes grupos económicos e financeiros.
Dimitris Christofias, Presidente da República de Chipre, criticou a UE, o BCE e o FMI, caracterizando a sua postura como a de uma «força colonial», que procura impor políticas neoliberais e medidas de austeridade através dos seus «memorandos», dando como exemplo o caso da Grécia que se repercute na economia cipriota. Como em qualquer outro país da União Europeia, a aplicação de programas de agressão no Chipre atingirá profundamente os interesses dos trabalhadores e do povo.
Dimitris Christofias foi eleito Presidente da República em Fevereiro de 2008, na segunda volta da eleição presidencial, era então secretário-geral do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL).
Actualmente o AKEL participa no governo do Chipre com três dos 11 ministros (com as pastas do Trabalho, Energia e Interior). Nas eleições legislativas realizadas em Maio de 2011, o AKEL obteve 19 dos 56 deputados, sendo a segunda força no parlamento nacional.