Derrotar Monti
A União Sindical de Base (USB) convocou, dia 22, uma greve geral em Itália, que teve forte adesão em várias regiões do país, em particular nas cidades de Roma e Milão, onde se realizaram manifestações com milhares de pessoas.
Greve geral provocou o caos nos transportes
A greve causou perturbações significativas nos serviços públicos, designadamente transportes urbanos de diversas cidades, caminhos-de-ferro e aeroportos.
Em Roma e Milão, metro, autocarros e comboios urbanos praticamente não funcionaram. Em Turim, onde a jornada da USB coincidiu com a greve da CGIL e da CISL contra a privatização da empresa municipal de transportes públicos, o metropolitano encerrou e havia poucos autocarros e comboios a circular.
A única região poupada pela greve foi a de Emília-Romanha, recentemente atingida por um terramoto. No entanto, os trabalhadores da região fizeram-se representar na manifestação de Roma, seguindo à cabeça do desfile.
A USB dirigiu o protesto contra as medidas antipopulares do governo de Mário Monti, que põem em causa direitos fundamentais dos trabalhadores, caso da reforma das pensões, redução de salários e de direitos sociais.
Os sindicatos de base apontam ainda a ofensiva contra a legislação laboral, com vista a generalizar a precariedade e liberalizar os despedimentos, como é o caso da revogação do artigo 18 do código do trabalho, que impunha a integração do trabalhador em caso de despedimento sem justa causa.
A greve teve o apoio do Partido dos Comunistas Italianos – Federação da Esquerda, cujos dirigentes e militantes participaram nos desfiles de Roma e de Milão.
CGTP-IN solidária
Também a CGTP-IN se solidarizou com a greve geral da USB, enviando uma mensagem, na qual salienta: «Esta vossa greve geral (…) é um importante contributo para a luta sindical e popular em Itália contra as medidas neoliberais de austeridade. Este é um tempo em que é urgente promover fortes mobilizações e lutas sindicais e populares para derrotar a ofensiva neoliberal e abrir caminho a uma alternativa que assegure o crescimento económico, o emprego com direitos, o progresso e a justiça social. Reafirmamos a nossa solidariedade com a USB e a todos os trabalhadores e trabalhadoras de Itália.»