Desemprego exige combate
«O desemprego não é uma inevitabilidade e tem de ser combatido», declarou a Interjovem/CGTP-IN, reagindo aos números que o Eurostat divulgou no dia 1.
As medidas do Governo não são solução
Para travar o desemprego, a organização autónoma de juventude do movimento sindical unitário propõe o aumento dos salários, nomeadamente do salário mínimo nacional, e a melhoria do poder de compra, «para que seja possível a viabilidade e o escoamento dos produtos das empresas nacionais».
«Com a sua luta diária nas empresas e na rua, os jovens trabalhadores exigem trabalho estável e com direitos, que só poderá ser efectivado com a aposta na produção nacional, o fim do encerramento dos serviços públicos e o aumento real dos salários, para o crescimento económico e desenvolvimento de um maior poder de compra», afirma-se na nota de imprensa da Interjovem.
A protecção social tem de ser estendida aos milhares de jovens trabalhadores que não recebem qualquer tipo de prestação social, nomeadamente, por não reunirem condições para terem o subsídio social de desemprego. A Interjovem considera a proposta da CGTP-IN de taxar em quatro por cento as transacções na Bolsa, para financiar a protecção social a todos os trabalhadores em situação de desemprego, como «um avanço no combate à grave situação de dependência financeira em que se encontram milhares de jovens».
A estrutura juvenil salienta que «é fundamental» a participação dos jovens trabalhadores – estejam ou não desempregados e qualquer que seja a sua situação no local de trabalho –, nas manifestações da CGTP-IN, no próximo sábado, no Porto, e no dia 16, em Lisboa, porque «será uma forma de trazermos à rua o combate ao desemprego, exigindo que milhares de jovens trabalhadores, com capacidade e competência para entrar no mundo do trabalho, vejam valorizadas as suas formações e experiência, exercendo o direito ao trabalho com direitos, concretizando as suas aspirações e desenvolvendo o nosso País».
Da análise dos dados do Eurostat, a Interjovem conclui que «as medidas de combate ao desemprego jovem, apresentadas por este Governo, não são solução». Além de mostrarem o aumento do desemprego, quer entre os jovens, quer em geral, os números confirmam o aumento do trabalho em condições precárias e a facilitação dos despedimentos, como as principais razões que levam os trabalhadores aos centros de emprego. A destruição de postos de trabalho está relacionada com as medidas tomadas nos últimos meses.
O Governo prevê o aumento do desemprego, mas propõe-se agravá-lo, com uma série de alterações à legislação laboral, e avança pretensas medidas de combate ao desemprego entre os jovens, que «são a repetição de velhas propostas».
A Interjovem assinala ainda que, com a redução de meios da Autoridade para as Condições do Trabalho e com medidas como o «Estímulo 2012», mais de 85 por cento das novas contratações são realizadas com recurso a vínculos precários. Em todos os sectores de actividade, generaliza-se uma situação em que a precariedade alterna com largos períodos de desemprego.