O caminho é a subir
No Barreiro e no Funchal, na banca e na limpeza, os justos protestos dos trabalhadores ganham expressão pública e as estruturas sindicais apelam à elevação das formas de luta.
Contra problemas comuns, as lutas convergem
No sábado, de manhã, centenas de pessoas responderam ao apelo da União dos Sindicatos de Setúbal e de várias organizações sociais e de trabalhadores do concelho do Barreiro, e integraram-se numa manifestação «contra a exploração e o empobrecimento, pela mudança de política», que saiu das proximidades da Santa Casa da Misericórdia, em direcção ao Largo de Catarina Eufémia.
O apelo para esta acção – que se assumiu como forma de alargar a mobilização para a manifestação nacional de 16 de Junho, em Lisboa – foi subscrito por sindicatos da CGTP-IN (Função Pública do Sul e Açores, STAL, Enfermeiros Portugueses, SITE Sul, Ferroviários e Pescas do Sul), pelas comissões de trabalhadores da EMEF e da CP Carga, pela Associação Africana, pelo Cine-Clube do Barreiro, pela SIRB «Os Penicheiros», pelo GDC Casquilhos, pelas comissões de moradores do Bairro 3 e do Bairro das Palmeiras, pela Associação de Reformados de Palhais e por Comissões de Utentes da Saúde.
Com a realização deste protesto, pretenderam chamar a atenção para problemas sentidos no concelho, como o aumento do custo de vida, a diminuição e cortes nos salários, o aumento do desemprego, a ameaça de extinção de freguesias. Por outro lado, quiseram também exigir políticas e medidas para defesa dos postos de trabalho na economia e na administração local, e para assegurar o crescimento económico no País.
A União dos Sindicatos da Madeira decidiu marcar uma jornada de protesto para o dia 14 de Junho, no Funchal, a qual deverá constituir uma oportunidade para os trabalhadores censurarem as políticas dos governos regional e nacional, como explicou aos jornalistas o coordenador da estrutura regional da CGTP-IN, no dia 29 de Maio. Ao apresentar as conclusões da primeira reunião do Conselho Regional da USAM, após o recente congresso, Álvaro Silva adiantou que a concentração terá lugar às 16.30 horas, na placa central da Avenida Arriaga, no centro do Funchal, onde será votada uma moção para entregar ao Governo Regional, à Assembleia Legislativa e ao Representante da República para a Madeira.
Até ao dia da manifestação, os sindicatos irão realizar iniciativas nas empresas e serviços, para mobilizarem os trabalhadores.
Para exigir respostas e decisões da administração do Banco de Portugal, o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira «continuará a desenvolver todo o tipo de acções de luta sindical e jurídica». A declaração do Sintaf/CGTP-IN consta de um comunicado de 30 de Maio, logo após uma reunião em que foi exigido o urgente cumprimento da obrigação legal e contratual de pagar o 13.º mês aos reformados do banco central – o que deveria ter sucedido em Janeiro, mas ficou retardado devido a dúvidas introduzidas pelo Orçamento do Estado de 2012. O sindicato exige ainda resposta à proposta de revisão salarial, que apresentou em Janeiro.
Para sexta-feira, dia 8, na SUCH (Serviços de Utilização Comum dos Hospitais), o STAD/CGTP-IN convocou um greve de 24 horas, com concentração frente à sede da empresa, que se define como «associação privada». Desde Outubro, foi imposta a diminuição do subsídio de alimentação, cuja reposição é exigida, a par do aumento de salários e do cumprimento do contrato colectivo. O mesmo sindicato promoveu greves e concentrações de trabalhadores da Climex (dia 1, no Porto) e da ASF (vigilância privada, no dia 29, em Coimbra).