Defender o Instituto Gama Pinto
Está marcada para hoje, às 17 horas, no Rossio, em Lisboa, uma concentração pela manutenção do Instituto de Oftalmologia Gama Pinto, que o Governo quer encerrar. A acção é promovida por uma plataforma sindical.
O Instituto Gama Pinto tem instalações modernas e tecnologia
Promovida pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, a concentração visa contestar o encerramento do Instituto de Oftalmologia Gama Pinto (IOGP) e a sua integração no Hospital de Santa Maria, que as três estruturas consideram «mais um atentado ao Serviço Nacional de Saúde, que privilegiaria os grupos económicos que detêm instalações de saúde privadas».
Os próprios trabalhadores estão mobilizados contra esta decisão do Governo. Num plenário promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, no dia 1, participaram mais de 80 trabalhadores. O quadro de pessoal total do IOGP é de 122. A delegação de Lisboa do Movimento Democrático de Mulheres fez já saber que apoia a concentração e que fará a sua parte na mobilização.
Num comunicado conjunto emitido anteontem, os três sindicatos levantam desde logo uma preocupação: «saber como se transfere e o que se transfere e qual o futuro dos trabalhadores desta instituição», especialmente num cenário em que se ficou a saber, pela comunicação social, que o Hospital de Santa Maria está confrontado com «problemas de gestão» face aos cortes impostos pela troika e pelo Ministério da Saúde. Assim, é desde logo incompreensível que se pretenda agregar a este hospital uma instituição do Sector Público Administrativo com uma situação financeira regularizada, realçam os sindicatos.
Lembrando que o IOGP é um «hospital central monovalente da área da oftalmologia que funciona há mais de 120 anos e constitui uma referência nacional e internacional», os sindicatos destacam ainda a qualidade das suas equipas de profissionais, as instalações modernas e a tecnologia existente – que levou a que o Instuto tivesse alcançado um «grau de diferenciação nas suas intervenções e um estatuto de especialização nos problemas visuais».
Num momento em que o País enfrenta o envelhecimento da sua população e uma grave crise que agrava as condições de vida dos portugueses, os sindicatos prevêem um aumento das doenças crónicas, nomeadamente da diabetes, e o correspondente aumento das necessidades e procura de cuidados de Saúde, também na área da oftalmologia. A necessidade do IOGP é, assim, porventura maior do que noutros momentos.
Hospital do Barreiro
No dia 1, teve lugar no Barreiro uma acção de rua com o objectivo de alertar os utentes do Hospital do Barreiro para a redução da segurança do espaço e exigir a reabertura da piscina de tratamentos. A iniciativa foi promovida por sindicatos e pela comissão de utentes do Hospital.
Em declarações à Lusa, Luís Leitão, coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN, realçou que a redução de 80 por cento da segurança causa instabilidade e traz problemas, sobretudo na zona do estacionamento, mas inclusivamente na assistência aos utentes. Já quanto à piscina, que era utilizada por 100 pessoas, os promotores do protesto exigem uma solução, pois «é um equipamento que não pode estar encerrado».
Para além de terem distribuído comunicados aos utentes, os promotores da acção entregaram um documento à administração do Hospital do Barreiro com as suas reivindicações. Esperam agora uma resposta. Esta acção não foi a única do género realizada recentemente sobre as questões da Saúde.