Ciganos vivem na pobreza

Nove em cada dez ciganos a residir em 11 países da União Europeia vivem abaixo do limiar da pobreza, de acordo com um inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA).

O estudo, divulgado dia 1, baseou-se em 22 200 entrevistas realizadas na Bulgária, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa e Roménia.

A agência salienta que «os resultados apresentam um quadro sombrio da situação dos ciganos inquiridos», indicando que «a comparação com os não ciganos, que vivem nas proximidades, revela diferenças significativas quanto à sua situação económica».

Assim, 90 por cento dos ciganos entrevistados vivem em agregados familiares com um rendimento abaixo do limiar de pobreza nacional; em 40 por cento dos agregados houve quem tivesse ido para a cama com fome, pelo menos uma vez no último mês, por não ter dinheiro para comprar comida; apenas um em cada três indivíduos tem emprego remunerado e 45 por cento vivem em habitações que não têm pelo menos uma das seguintes instalações básicas: cozinha, casa de banho, chuveiro ou banheira e electricidade.

Em matéria de educação, Portugal é o país que apresenta os piores resultados: apenas 55 por cento das crianças com idade igual ou superior a quatro anos frequentam o pré-escolar, contra mais de 90 por cento de crianças não ciganas, e menos de um cigano em cada dez consegue completar o ensino superior.

Quando ao emprego, o inquérito revelou «importantes discrepâncias entre os ciganos e os não ciganos em França, Itália e Portugal», onde apenas um em cada dez ciganos com idades entre os 20 e os 64 anos disse ter trabalho remunerado.



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