Greve geral a 29 em Espanha
Cerca de milhão e meio de pessoas manifestaram-se, no domingo, 11, em 60 cidades contra a reforma laboral imposta pelo governo de Rajoy, que os sindicatos qualificam de «injusta, ineficaz e inútil».
Reforma põe em causa direitos laborais e sociais
Apenas 48 horas após as maiores centrais sindicais do país (CCOO e UGT) terem convocado uma greve geral para o próximo dia 29, os trabalhadores deram um sinal inequívoco da sua rejeição às novas leis laborais, aprovadas no parlamento no dia 8, saindo massivamente às ruas em todo o país.
Trata-se da «reforma mais regressiva da história da democracia em Espanha», que põe fim a direitos históricos dos trabalhadores e trabalhadoras, afirmou Fernández Toxo, secretário-geral das Comisiones Obreras (CCOO), no comício que encerrou a manifestação na capital de Espanha, na qual participaram cerca de 500 mil pessoas.
Também Barcelona conheceu uma manifestação enorme, com mais de 450 mil pessoas, segundo os sindicatos. Outros grandes desfiles ocorreram em Valência e Sevilha, Bilbau, Valadolid, Vigo ou Gijón, rondando os 80 mil manifestantes.
Para Toxo, a ofensiva laboral é inaceitável, entre outros motivos, porque embaratece e facilita os despedimentos, tornando-os livres e gratuitos durante um ano, em 99 por cento das empresas.
Trata-se assim não só de criar «um estado de excepção nas relações laborais» como ainda uma tentativa de «tornar reféns as pessoas desempregadas para chantagear o resto da sociedade». «Com esta reforma pretendem a depressão das condições laborais daqueles que têm emprego», o que se traduziria num empobrecimento geral, acrescentou o líder das Comisiones Obreras.
Toxo lançou ainda um repto ao presidente do Governo: «Tem todo o mês de Março para abrir negociações». Se não o fizer, sublinhou, no dia 29 de Março haverá uma greve geral, mas a mobilização continuará até as medidas do governo serem travadas.