Centro de Secagem de Alcácer do Sal vendido em hasta pública

Produtores de arroz prejudicados pelo Governo

A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal e os pequenos e médios agricultores da região, produtores de arroz que não possuem secadores, foram surpreendidos com o anúncio, pelo Governo, da venda em hasta pública, no dia 14 de Março, do Centro de Secagem da ex-EPAC, em Alcácer do Sal.

Esta medida contraria o processo em curso, de cedências das referidas instalações aos actuais utilizadores, que, agora, como no passado, não vão conseguir competir com os preços praticados pela Herdade da Comporta, ficando à mercê de intermediários e industriais para as operações de secagem e armazenamento.

Nos últimos nove anos, informa a Associação, secou-se em média, por ano, sete toneladas de arroz, provenientes de cerca de cem agricultores, a quem foram entregues as sobras de arroz, e que adquiriram máquinas de controlo de humidade, assegurando uma evidente transparência e contribuindo para a regulação dos preços desse serviço, criando condições para que o preço à produção não fosse ainda mais baixo.

«Esta atitude do Governo, de querer vender em hasta pública os centros de secagem da Ex-EPAC, é de contornos inaceitáveis de discriminação política negativa e de favorecimento a mais de uma dezena de silos e secadores», refere, em nota de imprensa, a Associação de Agricultores, acrescentando que este é «um processo de fraude social, económica e política» e um «roubo de uma estrutura ligada ao aparelho produtivo», aumentando ainda mais «o flagelo do desemprego, da miséria, da desertificação», pondo em causa «o direito a produzir e a necessidade de se produzir cada vez mais para combatermos o nosso défice agro-alimentar de quatro mil milhões de euros ano».



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