Marcha em Guimarães

Os direitos são para defender

Mais de três mil tra­ba­lha­dores par­ti­ci­param, sá­bado, em Gui­ma­rães, numa marcha em de­fesa das 40 horas se­ma­nais e contra as al­te­ra­ções à le­gis­lação la­boral.

Estão ame­a­çados di­reitos con­quis­tados ao longo dos anos

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A marcha, pro­mo­vida pela fe­de­ração sin­dical dos têx­teis, ves­tuário e cal­çado da CGTP-IN (FE­SETE), trouxe às ruas do Vale do Ave tra­ba­lha­dores destes sec­tores vindos de todo o País, bem como ou­tros, de vá­rios sec­tores dos dis­tritos de Braga, Viana do Cas­telo, Porto e Aveiro.

Pelas 14h30, em Nes­pe­reira, já se per­cebia o êxito que a marcha iria cons­ti­tuir: a ca­mi­nhada até ao ponto de che­gada ha­veria de ser longa – sete qui­ló­me­tros – e isso per­cebia-se pelo ca­minho, com cen­tenas de pes­soas à es­pera de in­te­grar a marcha mais à frente, de modo a per­cor­rerem per­cursos mais curtos.

Mas no ponto de par­tida con­cen­traram-se vá­rias cen­tenas de tra­ba­lha­dores, par­ti­cu­lar­mente dos sec­tores têxtil, ves­tuário e cal­çado, com pre­senças bem vi­sí­veis do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores do Sector Têxtil e Ves­tuário do Minho e Trás-os-Montes, do Sin­di­cato Têxtil da Beira Baixa, de Aveiro ou do Porto. Fi­zeram também questão de aí marcar pre­sença mem­bros do SITE (in­dús­tria trans­for­ma­dora), da FEN­PROF e dos sin­di­catos da Função Pú­blica.

Du­rante o per­curso, cen­tenas de pes­soas sau­daram e in­cen­ti­varam os par­ti­ci­pantes da marcha, que não se can­saram de gritar contra o acordo da cha­mada con­cer­tação so­cial, as­si­nado pelas con­fe­de­ra­ções pa­tro­nais, pelo Go­verno e pela UGT, que cons­titui, se­gundo os or­ga­ni­za­dores «o maior aten­tado aos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e um re­tro­cesso so­cial sem pre­ce­dentes nas re­la­ções de em­prego em Por­tugal». O pro­testo es­tendeu-se também à ten­ta­tiva de vi­o­lação dos Con­tratos Co­lec­tivos de Tra­balho ne­go­ci­ados li­vre­mente com as es­tru­turas da CGTP-IN, de­sig­na­da­mente a FE­SETE.

Re­cla­mando bem alto a de­fesa de di­reitos con­quis­tados ao longo dos anos, e que agora estão ame­a­çados – no­me­a­da­mente o di­reito aos fe­ri­ados e aos 25 dias de fé­rias, ao pa­ga­mento justo do tra­balho su­ple­mentar e às com­pen­sa­ções para des­canso, ao des­canso ao sá­bado, às qua­renta horas se­ma­nais –, os par­ti­ci­pantes as­su­miram ainda a exi­gência de me­lhores sa­lá­rios, de­sig­na­da­mente o au­mento do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal para os 500 euros, como es­tava pre­visto no acordo as­si­nado com o an­te­rior go­verno e que tanto esse como o ac­tual des­res­pei­taram.

No final da ini­ci­a­tiva, no Co­reto da Ala­meda S. Dâ­maso, os mi­lhares de tra­ba­lha­dores as­su­miram o forte com­pro­misso de con­tri­buírem para uma grande mo­bi­li­zação para a luta que con­tinua já a 11 de Fe­ve­reiro, para a grande ma­ni­fes­tação na­ci­onal em di­recção ao Ter­reiro do Paço, em Lisboa.

O PCP es­teve no local a prestar a sua so­li­da­ri­e­dade com esta jor­nada de luta, com uma de­le­gação que in­cluía Agos­tinho Lopes, membro do Co­mité Cen­tral e de­pu­tado eleito pelo dis­trito de Braga, e os mem­bros da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral João Frazão e Paulo Rai­mundo.



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