Em declarações aos jornalistas, anteontem à tarde, após a reunião no Ministério da Rua da Horta Seca, Arménio Carlos explicou que o encontro com o ministro da Economia foi infrutífero, porque não foram apresentadas pelo governante novas propostas para viabilizar o diálogo na Concertação Social. Se Álvaro Santos Pereira admite negociar o aumento do horário de trabalho, em mais duas horas e meia por semana, também abre a porta a uma alternativa que visa igualmente reduzir os custos salariais das empresas – alertou aquele membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.
Assim, desta reunião a delegação da central saiu com a convicção de que só tinha sido convocada para iludir a opinião pública e sem qualquer avanço negocial. «Na prática, o ministro só convocou a CGTP para passar a ideia, para a opinião pública, de que está a ouvir todos os parceiros sociais», disse Arménio Carlos à agência Lusa.
Da parte do governante, acrescentou, não foram avançadas quaisquer ideias ou propostas para desbloquear o processo em curso na Concertação Social – e cuja última reunião a CGTP-IN abandonou, em sinal de protesto, embora salientando não abandonar o processo negocial.
Arménio Carlos também contestou posteriormente, em declarações à Antena 1, que o aumento do horário de trabalho, sem remuneração, venha a ser substituído por outra medida que ofereça às empresas diminuição de custos salariais. Para a CGTP-IN, tal será inaceitável, já que o que é necessário é propiciar a redução de outros custos, muito mais importantes para a competitividade da economia portuguesa, como os custos de energia, telecomunicações, transportes, explicou o dirigente.


Dia 18


O fim do período de discussão pública da proposta de lei sobre aumento do trabalho, que em boa parte coincidiu com a época de Natal e Ano Novo, vai ser assinalado pela CGTP-IN com uma concentração frente à AR, na próxima quarta-feira. Com os pareceres reunidos nestas semanas, activistas e dirigentes sindicais partirão às 15 horas da Rua do Carmo para São Bento.