Tribunal recusa extradição de Seán Garland
O tribunal supremo da Irlanda recusou, dia 21, o pedido de extradição apresentado pelo governo norte-americano contra Seán Garland, de 77 anos, militante republicano de longa data e antigo presidente do Partido dos Trabalhadores da Irlanda.
Em Outubro de 2005, Garland foi preso quando se dirigia para uma conferência do seu partido em Belfast, na sequência de um mandado de captura emitido pela justiça dos EUA, que o acusava de envolvimento numa alegada conspiração internacional para desestabilizar o dólar.
Segundo as autoridades norte-americanas, Garland teria conspirado com o governo da Coreia do Norte, em finais dos anos 90, para minar a economia dos EUA, distribuindo notas falsas de 100 dólares, praticamente indistinguíveis das verdadeiras.
O mistério das «supernotas» nunca foi cabalmente esclarecido, mas tudo indica que terá sido inventado pelos serviços secretos, sob a presidência de George W. Bush, com o objectivo de arranjar um pretexto para atacar a Coreia do Norte.
Gravemente doente, Garland foi libertado sob fiança, permanecendo até agora sob vigilância policial. A decisão do tribunal põe fim a uma penosa batalha jurídica que durou seis anos, mas enquanto os EUA mantiverem o mandado de extradição, Garland não poderá sair do território da República da Irlanda sob pena de ser novamente preso.