Dinamarca foi cúmplice de torturas no Iraque

O Ministério da Defesa da Dinamarca ocultou a prática de torturas sobre prisioneiros iraquianos, detidos por tropas dinamarqueses em operações militares.

Até agora, Copenhaga alegava desconhecimento de tais práticas, porém, à luz das provas reveladas, o activista da Amnistia Internacional, Claus Juul, acusa as autoridades dinamarquesas de passividade perante a informação de abusos e de ocultação desses factos ao Parlamento.

Segundo dados revelados pela imprensa do país, citada pela Prensa Latina (28.12), as autoridades da Defesa receberam, em 2004, documentação comprovativa dos abusos cometidos pela polícia iraquiana contra presos.

Durante uma inspecção à prisão de Basora, em Junho de 2004, um batalhão dinamarquês foi informado da aplicação de métodos brutais pela polícia iraquiana contra detidos. Pelo menos oito de 15 prisioneiros alertaram o contingente dinamarquês para os maus-tratos infligidos por agentes de Bagdad, que deixaram marcas de queimaduras, cicatrizes e outras lesões visíveis. Apesar de informadas sobre estas práticas, as tropas dinamarquesas continuaram a entregar detidos aos carrascos.

Recentemente, um memorando do chefe da Defesa, general Knud Bartels, admite que as tropas dinamarquesas detiveram 500 pessoas em operações no Iraque, ou seja, muito acima do número oficial de 200. Além disso, o documento reconhece a entrega ilegal de civis sob custódia de Copenhaga às autoridades de Bagdad, situação que transforma o governo dinamarquês num cúmplice das torturas cometidas pela polícia iraquiana.



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