Fica mais caro não fazer!
Cerca de um milhar de pessoas participou, domingo, na Arrentela, num «Hospital de Campanha», iniciativa onde se exigiu a construção do prometido Hospital do Seixal.
50 mil pessoas não têm médico de família no Seixal
Esta acção de luta aconteceu na sequência do anúncio, por parte do Ministro da Saúde, da suspensão do projecto do Hospital do Seixal, facto que vem agravar ainda mais as condições de acesso aos cuidados de Saúde para a população dos concelhos do Seixal, Almada e Sesimbra, com mais de 500 mil habitantes, servidos apenas pelo Hospital Garcia de Orta.
Depois de uma caminhada, onde a «população e o Poder Local» estiveram «juntos pelo Hospital no concelho do Seixal», as muitas centenas de pessoas dirigiram-se até à antiga Companhia de Lanifícios de Arrentela, onde estava instalado o «Hospital de Campanha». Ali receberam «fitas azuis» que simbolizam o direito à Saúde, as quais foram amarradas a uma corda que será entregue ao ministro da Saúde, e que serviu para descerrar um outdoor com a mensagem «Fica mais caro não fazer!».
No local, enquanto se realizavam diversos tipos de rastreios, tiveram ainda lugar momentos de animação teatral, uma Assembleia Popular – onde a população falou dos problemas relacionados com a Saúde, nomeadamente a falta de médicos de família e os problemas inerentes ao encerramento dos dois SAP no concelho, existindo apenas o de Amora – e intervenções de representantes do Poder Local e da Plataforma Juntos pelo Hospital do Concelho do Seixal.
Alfredo Monteiro, presidente da Câmara do Seixal, encerrou a acção de protesto, explicando que será «mais caro» não fazer o hospital. «Só o que está relacionado ao BPN, situação que ninguém consegue explicar em Portugal, mais de seis mil milhões de euros, dava para construir 80 hospitais iguais ao do Seixal», afirmou o eleito do PCP, que aguarda, juntamente com os representantes das autarquias de Almada e de Sesimbra, que o ministro os receba, uma vez que pediram uma audiência há mais de três meses, ainda sem resposta.