O PCP está contra a introdução de portagens na CRIL e no IC19, hipótese adiantada pela Estradas de Portugal precisamente no dia em que o ministro da Economia admitiu existir um estudo para portajar a entrada na cidade Lisboa. Para a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, emitida no dia 4, os sucessivos desmentidos não apagam a gravidade que a simples admissão dessa hipótese acarreta, pois o Governo já provou que está determinado em «fazer o povo pagar a crise pela qual não foi responsável».

Os comunistas entendem que não pode ser o povo de Lisboa a «pagar os défices que derivam das ruinosas parcerias público-privadas feitas pelos governos do PSD/CDS e do PS, que apenas serviram os interesses do capital financeiro». A concretizar-se a introdução de portagens nessas duas vias, seria posto em causa «todo o sistema de mobilidade na área metropolitana, em particular na zona Norte, sustenta o PCP, lembrando que todas as principais entradas na capital ficariam condicionadas ao pagamento de portagens. «É bom lembrar que já se pagam as entradas pelas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, e pelas A5 e A1», acrescenta.

Tal medida, a verificar-se, transformaria «num inferno a vida de centenas de milhares de pessoas que apenas teriam como “alternativa” vias urbanas por dentro das localidades», o que seria um «fato à medida da privatização das linhas férreas e outros meios de transporte suburbanos», refere ainda o PCP. Os comunistas lembram ainda que o Governo impôs já um brutal aumento nos preços dos transportes públicos, que apelidam de «assalto à carteira dos utentes».