Indignados em Espanha

Milhares contra a crise

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Dezenas de milhares de pessoas de todas as idades saíram às ruas, no domingo, 19, de várias cidades espanholas, integrando as manifestações contra a crise e o desemprego, convocadas pelo movimento dos «indignados», surgido no protesto nacional de 15 de Maio.

Em Madrid, uma imensa multidão concentrou-se na Praça de Neptuno, onde a organização leu um comunicado, apelando à união de todos os movimentos e expressando a rejeição «aos cortes dos salários e das pensões».

«Contra o desemprego. Organizamo-nos para lutar. Vamos marchar juntos contra o desemprego e o capital», lia-se numa faixa que abria caminho à «coluna sudoeste, que se juntou de manhã em Leganes, uma cidade localizada a 15 quilómetros a sul de Madrid.

As políticas europeias, o rigor orçamental, a corrupção e autismo do governo, bem como a elevada taxa de desemprego de 21,29 por cento foram os alvos preferenciais das críticas dos manifestantes. «Devemos preparar uma greve geral. Vamos parar o país», desafiou um orador ao microfone.

O diário espanhol El Mundo, citando a polícia, referiu que nas manifestações em Madrid participaram entre 35 a 40 mil pessoas.

Em Barcelona, a segunda cidade mais importante de Espanha, 75 mil pessoas terão desfilado sob o lema «A rua é nossa, não pagaremos a crise», concentrando-se na Praça do Palau (Palácio Nacional), junto ao Parlamento catalão. Muitos milhares de manifestantes também foram contados em Valência, Granada e Bilbau.

Na segunda-feira, um grupo de jovens iniciou em Valência uma marcha de protesto até Madrid, durante a qual visitarão 29 localidades onde querem explicar as suas principais reivindicações.

Os «indignados» esperam cumprir os 500 quilómetros que separam as duas cidades até 29 de julho e vão procurar, durante a viagem a pé, realizar assembleias em que recolham propostas de cidadãos.

A iniciativa foi aprovada na assembleia de domingo realizada na praça do município de Valência, onde se apelou para a participação de todos os que queiram «mudar o sistema político e económico por uma democracia verdadeira e participativa».



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