Função Pública pronta para a greve
O líder do UNISON, o poderoso sindicato da função pública do Reino Unido, que representa 1,4 milhões de trabalhadores anunciou a firme determinação de se opor à reforma das pensões e aos cortes nas despesas públicas.
Em entrevista, no sábado, 18, ao The Guardian, Dave Prentis avisou que «será o movimento social mais importante desde a greve geral».
Na grande paralisação, realizada em 1926, participaram mais de três milhões de trabalhadores que se desse modo se solidarizaram com os mineiros em luta contra a redução de salários.
«Não será como a greve dos mineiros», acrescentou Prentis aludindo à longa greve de 1984-85 esmagada pelo governo de Thatcher. Desta vez, declarou o sindicalista, «seremos nós a vencer».
O governo de conservadores e liberais-democratas pretende extinguir 330 mil empregos no sector público, com vista a obter uma poupança de 81 mil milhões de libras (91,6 mil milhões de euros), durante os próximos quatro anos.
Outra linha do programa de austeridade visa elevar a idade da reforma para os 66 anos em todos os sectores até 2020, quando grande parte dos funcionários públicos podem actualmente aceder à reforma aos 60 anos.
O UNISON opõe-se a tais medidas, considerando que o cortes são demasiado grandes, e alerta que o descontentamento alastra em todo o sector. Todavia, o sindicato afirma que continua disposto a resolver o conflito mediante a abertura de negociações.
Entretanto, prossegue a preparação da greve, marcada para dia 30, sob a forma de paralisações rotativas por tempo indeterminado. Cerca de 750 mil trabalhadores do sector já votaram a favor das paralisações coordenadas, abrangendo tribunais, escolas, aeroportos, centros de emprego e outros serviços públicos.
Este movimento anuncia um período de grande agitação social no Reino Unido, depois das grandes manifestações de estudantes que abalaram o país no final do ano passado.