Um milhão de contactos
Estamos exactamente a um mês das eleições legislativas de 5 de Junho. Vivemos um dos períodos mais complexos e perigosos da história de Portugal, em que a defesa da soberania e da independência do País, dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e do povo, a necessidade do reforço da luta de massas se conjugam com a batalha eleitoral.
Voto a voto, vamos ganhar consciências para os combates que se avizinham
O grande capital – nacional e internacional – e os partidos da política de direita recorrem a todos os meios ao seu alcance para procurar convencer o maior número possível de portugueses de que o roubo que preparam é inevitável, útil e indispensável. A nós – comunistas, ecologistas, independentes democratas e patriotas – cabe-nos dizer a verdade. Denunciar que o País não aguenta mais e que é preciso responsabilizar PS, PSD e CDS por estes 35 anos a afundar o País. Lembrar que a cada eleitor cabe a responsabilidade de, no dia 5 de Junho, escolher com o seu voto o caminho a seguir. Afirmar que a CDU é a força capaz de construir uma política patriótica e de esquerda.
Não esperemos que os órgãos de comunicação social ampliem estas três ideias fundamentais. Na sua reunião de 3 de Abril, o Comité Central apelou também por isso a um profundo envolvimento da organização do Partido numa «forte campanha de massas, activa, criativa e dinâmica, baseada na afirmação da CDU e de uma mobilização assente no contacto directo, na informação, no esclarecimento e na mobilização para uma ruptura e uma mudança na vida política nacional», lançando «uma grande acção nacional de contacto directo com os trabalhadores e o povo sob o lema “um milhão de contactos por uma política patriótica e de esquerda”».
A cada dia que passa, este milhão de contactos faz mais falta. Faz falta aos trabalhadores, ao povo, à juventude, às mulheres. Faz falta conversar com quem faça ver de outro ponto de vista, que apele à inteligência, suscite a reflexão, aguce a capacidade crítica, estimule o raciocínio, dê confiança, que assegure que não estão sozinhos nos medos, na indignação, no protesto, na luta, no apoio à CDU.
Faz falta ao País que os activistas da CDU partam para este milhão de contactos com a convicção e a confiança de que é possível transformar o medo, o desconhecimento, o desânimo e o preconceito em esclarecimento, luta e voto.
Tarefa para todos
Há decerto camaradas e amigos que sentem receio ou falta de preparação para estes contactos. É verdade que nem todos temos ainda à-vontade para pegar num microfone num mini-comício, tocar à campainha num porta-a-porta, meter conversa numa acção de rua ou assegurar uma sessão de esclarecimento numa colectividade.
Mas também é verdade que todos temos família, amigos, colegas, vizinhos ou conhecidos e que todos os dias falamos com eles. Há muito ou pouco tempo no Partido, mulheres ou homens, jovens ou idosos, com muitos ou poucos estudos, todos estamos em condições de fazer pelo menos essas conversas: conhecer as pessoas, as suas vidas e opiniões, saber em que medida a política de direita as atinge directamente, é uma vantagem nestes contactos pessoais que todos os militantes do Partido devem potenciar para o esclarecimento. Basta imaginar: se cada um de nós fizer vinte desses contactos, alargam-se muitíssimo as possibilidades de intervenção do Partido.
Estão em distribuição nas organizações um conjunto de elementos de apoio a esta importante tarefa: um guião, diversos abaixo-assinados de apoio dirigidos a sectores específicos (mulheres, dirigentes de órgãos representativos dos trabalhadores, profissionais da saúde e da educação, entre outros), documentos de propaganda que são óptimos pretextos para conversar, etc. A leitura do Avante!, a participação em reuniões, iniciativas e plenários, bem como a consulta aos sítios do Partido, da JCP e da CDU na Internet, são instrumentos indispensáveis para conhecer as posições e propostas do Partido sobre os assuntos que dominam as preocupações dos trabalhadores e do povo e que ocupam as atenções mediáticas. Conhecer as posições do Partido, no plano nacional e local, dá confiança para enfrentar as perguntas e as opiniões que nestes contactos ouviremos.
Os camaradas dirigentes de organizações e movimentos de massas e unitários, bem como os eleitos em cargos públicos, têm uma responsabilidade particular nesta campanha. No seu quotidiano e pelas suas tarefas, contactam com milhares de pessoas, pelo que têm ainda maiores possibilidades de conversar, esclarecer e mobilizar.
Voto a voto, vamos construir um grande resultado para a CDU. Voto a voto, vamos ganhar consciências para os combates que se avizinham.