«Vai ser grande»
As estruturas do movimento sindical unitário prosseguem e intensificam nestes dias o esclarecimento e mobilização, mas a CGTP-IN confia que «vai ser uma grande manifestação».
A confiança no futuro assenta na luta de todos os dias
Foi este o breve comentário que ontem, ao fim da manhã, fez Arménio Carlos ao Avante!. Este membro da Comissão Executiva da CGTP-IN reiterou os fortes motivos para que trabalhadoras e trabalhadores de todo o País convirjam num protesto comum, sábado à tarde, e informou ainda que os sindicatos estão a intensificar, durante esta semana e até amanhã, os plenários, reuniões, contactos e outras iniciativas, quer em empresas e serviços, quer com expressão pública.
Para a Fectrans/CGTP-IN, o mais recente anúncio de novos sacrifícios para os trabalhadores «aumenta ainda mais as razões» para estar na manifestação nacional e fazer de 19 de Março um «dia de indignação e protesto». A federação, num comunicado que emitiu ontem, recorda as lutas mais recentes no sector e refere que estão em marcha greves em várias empresas.
Também ontem, a Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom distribuiu um comunicado a apelar à participação na manifestação nacional, «para lutar com força e determinação contra uma política errada, injusta e incompetente».
A manifestação nacional foi decidida há um mês, pelo Conselho Nacional da Intersindical, apontando como principal objectivo a luta «contra o desemprego, as injustiças e as desigualdades, pela mudança de políticas».
A resolução política aprovada a 16 de Fevereiro – e que serviu de base aos dois folhetos centrais que nas últimas semanas foram distribuídos a nível nacional – destaca, na situação nacional, o «forte agravamento do custo de vida, associado a uma imposição de medidas previamente decididas pelo Governo em sintonia com os sectores patronais, no sentido de facilitar despedimentos, reduzir salários, acabar com a contratação colectiva». A CGTP-IN veio assim dar sequência à «justa e crescente mobilização dos trabalhadores para o protesto activo e a manifestação de indignação».
Com o empenho do PCP
O PCP «está profundamente empenhado no sucesso da manifestação» de sábado, e a sua preparação conta com o esforço de muitos militantes comunistas por todo o País. Numa declaração publicada ontem no sítio do Partido na Internet, Paulo Raimundo, da Comissão Política do Comité Central, realça a «importância extraordinária» desta jornada, confiando que «será certamente uma grande resposta dos trabalhadores, das populações, da juventude à profunda ofensiva que está curso contra os seus direitos, aspirações e anseios».
Para o dirigente comunista, «o mais significativo, a par da determinação e combatividade, será a exigência de uma mudança cada vez mais urgente e necessária, uma exigência de ruptura com este rumo que tem levado o País e a vida de cada um de nós à desgraça». A manifestação será também «uma resposta a mais este pacote de medidas que o Governo anunciou» e «uma expressão de confiança no futuro, alicerçada nas lutas desenvolvidas pelos trabalhadores e as populações».