Comunistas checos ameaçados de ilegalização
O Partido Comunista da Boémia Morávia (PCBM) está a ser alvo de uma desenfreada ofensiva dos partidos no poder, que, hoje mais do que nunca, se mostram determinados, a criar as condições para a sua ilegalização.
Num comunicado divulgado em 3 de Março, Jiri Mastalka, vice-presidente do PCBM, recorda que o partido esteve sempre sob pressão da actual coligação de direita: «Vários senadores, deputados e membros do governo têm vindo a exigir a suspensão das actividades do partido e mesmo a sua ilegalização».
Mas apesar de se ter chegado a constituir uma comissão especial no Senado para elaborar uma lei que permitisse a suspensão do PCBM, nunca o governo se mostrou tão empenhado como agora nesse objectivo.
Os comunistas checos relacionam esta ofensiva anticomunista com a imposição de medidas anti-sociais cada vez mais duras ao povo checo. Desde 2010, o governo reduziu fortemente os salários da função pública, decretou aumentos de impostos sem precedentes, restringiu o direito à reforma, eliminou os direitos dos inquilinos e liberalizou as rendas de casa. Em resultado destas políticas, afirma o PCBM, a maioria da população tem visto degradar-se as suas condições de vida, a favor de um pequeno grupo de ricos.
É neste contexto de agravamento das contradições sociais, e receando um surto da luta de massas, que a direita no poder desencadeou uma nova ofensiva anticomunista, com o fito claro da ilegalização do PCBM. O passo mais recente nesse sentido (ver também Avante!, 10.03), foi a constituição de grupo especial no Ministério do Interior para recolher documentação que permita ao governo interpor uma acção no Tribunal Supremo pedindo a dissolução do PCBM.
Do seu lado, os comunistas checos avisam que, numa tal eventualidade, irão defender-se por todos os meios possíveis, recorrendo às instâncias judiciais internas e externas, bem como à solidariedade internacional que lhe será prestada por todos os comunistas e verdadeiros democratas na Europa e no mundo em geral.