Espiral dos preços dos combustíveis

Governo tem de agir

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O presidente do Grupo Parlamentar do PCP voltou a defender que só a intervenção do Estado pode resolver o problema da cartelização de preços dos combustíveis. Isto porque «o regulador não regula nem resolve o problema», sublinhou, convicto de que «este modelo supostamente assente numa ideia de regulação independente mais não é do que um modelo destinado a permitir mãos largas e livres aos que dominam o mercado» e, simultaneamente, «tapar a responsabilidade do Governo na determinação destes preços».

«Este modelo não resolve o problema nem com este regulador nem com outro regulador qualquer», sustentou Bernardino Soares, para quem nunca haverá neste sector «um mercado concorrencial», pela simples razão de que «as empresas petrolíferas continuarão a cartelizar os preços».

«O preço dos combustíveis sobe mais do que o petróleo sobe e nunca desce quando o petróleo desce; sobe a grande velocidade quando o petróleo sobe e baixa pouco e lentamente quando o petróleo desce», recordou, realçando que daqui resulta que «quem está a ficar com o lucro destas operações são as empresas petrolíferas que dominam o mercado dos combustíveis em Portugal».

Para o presidente da formação comunista, que interpelava na passada semana o deputado do CDS/PP João Almeida na sequência de uma declaração política centrada neste tema, é assim uma evidência que se a GALP fosse pública, então, aí, o Governo teria «um instrumento para intervir neste mercado e pôr a empresa a trabalhar para o progresso e para a economia nacional».

Defendeu por isso que o problema, num sector estratégico para a vida dos portugueses e para a economia nacional como é este, «só se resolve com a intervenção do Estado» – «por muito que isto custe ao PS, PSD e CDS/PP, que abominam a intervenção do Estado», frisou – , depois de ter lembrado que bem avisado andou quem, como o PCP, «alertou para o significado que teria a privatização da GALP, pondo-a ao serviço de grupos económicos e de accionistas, sobretudo estrangeiros, que não estão nada preocupados com a economia nacional ou com a vida dos portugueses».

Bernardino Soares defendeu igualmente que é através da baixa dos preços dos combustíveis e da energia que se reforça a competitividade da economia e não através, como faz o Governo, da compressão dos salários ou facilitando e embaratecendo para os patrões os despedimentos.

 



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