Um jornal incontornável e insubstituível
O Avante! é «um jornal incontornável e insubstituível para compreender as grandes questões do nosso tempo, acompanhar a luta dos trabalhadores e do povos de todo o mundo, conhecer a amplitude e intensidade da intervenção do PCP», lê-se numa nota do Gabinete de Imprensa do Partido tornada pública na véspera do aniversário do Avante!. Nesse texto, salienta-se também que o órgão central do Partido – «vendido e divulgado por centenas de militantes do Partido nas empresas e locais de trabalho, nas ruas e praças do nosso País» –, assume, na intervenção quotidiana do Partido Comunista Português, um «papel incontornável no esclarecimento e mobilização para a luta».
Por isso, a nota conclui que as comemorações do seu 80.º aniversário, mais do que o simples assinalar de uma efeméride, «constituem um motivo de reflexão sobre o que durante essas oito décadas ocorreu no nosso País e no mundo e uma oportunidade para reafirmar o papel insubstituível do Avante! na batalha ideológica e na mobilização para a luta dos trabalhadores, da juventude e do povo português».
No texto lembra-se que o Avante! surgiu a 15 de Fevereiro de 1931, num momento em que Portugal e os portugueses «sofriam as consequências brutais do processo de fascização do Estado que, levado a cabo por Salazar através da criação de um vasto conjunto de mecanismos e instrumentos – económicos, políticos, ideológicos, repressivos – procedia à edificação do regime fascista». Dos partidos então existentes, recorda-se, só o PCP «não acatou a ordem de dissolução decretada pelo fascismo, optando pela resistência, uma opção só possível nas condições da mais severa clandestinidade» – o Avante! foi a «palavra escrita dessa resistência, o seu divulgador, o seu incentivador de todos os dias».
Nos 43 anos em que resistiu na clandestinidade, «desafiando e vencendo a férrea censura fascista, enfrentando e vencendo as perseguições e a repressão, o Avante! assumiu-se, nesse tempo sombrio da nossa História, como o porta-voz da luta da classe operária e dos trabalhadores pelos seus direitos e interesses; da resistência antifascista; da luta do povo português pela liberdade e pela democracia – assim se afirmando igualmente como expoente máximo da luta pela liberdade de imprensa e como um caso singular na história da imprensa portuguesa». Sem a consulta das centenas de números editados na clandestinidade, «não é possível, honestamente, fazer a história do fascismo português e da resistência que lhe foi oposta pelos trabalhadores e pelo povo».
A nota salienta ainda o papel do Avante! nesse «momento maior da nossa história colectiva que foi a Revolução de Abril, com as suas grandes conquistas» bem como na «denúncia dos objectivos da contra-revolução que há quase 35 anos tem vindo a destruir o que de mais avançado e progressista resultou da revolução portuguesa – e na primeira linha do incentivo à luta pela ruptura com a política de direita e por um novo rumo para Portugal».