A Assembleia da República aprovou, dia 6, a resolução do PSD e do CDS-PP para a criação da IX comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate.

O texto conjunto do PSD e do CDS-PP, que teve a abstenção das restantes bancadas, prevê dar continuidade às recomendações da VIII comissão de inquérito, cujo trabalho mereceu de resto o elogio daqueles partidos. Sendo certo que das diligências por este efectuadas e de todo esse trabalho resultaram conclusões que só confirmaram as conclusões a que chegara já a comissão anterior (a sétima), como salientou no debate o deputado comunista Jorge Machado.

Daí que o PCP tenha levantado «sérias dúvidas» quanto à necessidade e utilidade de uma nova comissão de inquérito, nomeadamente em termos do que esta possa «acrescentar ou trazer de novo à matéria já aprovada no passado».

Essa é a razão, aliás, para a abstenção do PCP, como explicou Jorge Machado, que disse não existir aqui «qualquer obstáculo ao apuramento da verdade, mas sim o reconhecimento de que na última comissão houve conclusões aprovadas».

Quanto à participação dos representantes das famílias das vítimas nos trabalhos da comissão, o deputado comunista considerou que essa é uma matéria que carece de «ponderação», nomeadamente quanto aos «moldes» em que deve ser feita.