Alterações no sistema estatístico

Ocultar a realidade

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O deputado comunista Agostinho Lopes classificou de «escândalo» a alteração de métodos de recolha de informação sobre emprego e desemprego pelo INE, conhecida na passada semana, dia quatro.

Esta é uma «tentativa de ocultar os números dramáticos do desemprego» no nosso País e de os subestimar, acusa a bancada do PCP, que entretanto requereu já a presença no Parlamento do ministro da Presidência Pedro Silva Pereira para prestar explicações sobre esta alteração de procedimentos que impede a possibilidade de estabelecer comparações com períodos homólogos anteriores.

O tema esteve ainda em debate fez ontem oito dias no Parlamento suscitado por uma declaração política da deputada ecologista Heloísa Apolónia, que questionou a fiabilidade dos dados face ao novo método. Anunciada foi de resto a apresentação pela sua bancada de um projecto de resolução para adiar a sua aplicação ou, em alternativa, a coexistência dos dois sistemas durante um ano.

Este não é todavia um caso isolado, na perspectiva da bancada comunista, que lembrou outros casos de manipulação da dados estatísticos em que o «Governo é useiro e vezeiro», na «tentativa de os conformar com a sua própria propaganda».

Recordado, a este respeito, foi a manipulação dos dados do desemprego através dos ficheiros do Instituto de Emprego e Formação Profissional, bem como o atraso consecutivo na divulgação dos inquéritos às famílias em matéria de rendimentos e despesas durante anos, com consequências ao nível da taxa de inflação.

Agostinho Lopes lembrou ainda a tentativa do primeiro-ministro em 2007 e 2008 de comparar alhos com bugalhos, ao calcular o crescimento do emprego comparando números de trimestres não homólogos.

«Melhor se percebe por isso, agora, a posição do PCP em Outubro de 2007, durante a discussão da proposta de lei que alterou o sistema estatístico nacional, quando alertou para a tentativa de governamentalização em curso do INE», concluiu o parlamentar do PCP.



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