Mais custos na Saúde

Castigar as populações

O líder par­la­mentar do PCP, Ber­nar­dino So­ares, cri­ticou na pas­sada se­mana a re­ti­rada da isenção do pa­ga­mento de taxa mo­de­ra­doras aos de­sem­pre­gados e aos pen­si­o­nistas que re­cebem acima do sa­lário mí­nimo na­ci­onal. E lem­brou que, para o PCP, as taxas mo­de­ra­doras não têm sen­tido, nada mo­deram, sendo sim um im­posto.

Alvo da crí­tica do pre­si­dente da for­mação co­mu­nista, que fa­lava na sequência de uma in­ter­venção sobre o tema do de­pu­tado do BE Luís Fa­zenda, foi ainda a de­cisão go­ver­na­mental de re­tirar àquele mesmo grupo da po­pu­lação a pos­si­bi­li­dade de usu­fruir dos trans­portes de do­entes, ou seja, dos trans­portes que as pes­soas têm de fazer para ir aos hos­pi­tais, por exemplo, para tra­ta­mentos on­co­ló­gicos, he­mo­diá­lise ou con­sultas de se­gui­mento.

Trata-se, ex­plicou, de des­lo­ca­ções in­dis­pen­sá­veis para a pres­tação de cui­dados de saúde, que custam de­zenas e de­zenas de euros, mesmo aqui na re­gião de Lisboa «e que custam cer­ta­mente muito mais nas re­giões onde as po­pu­la­ções estão mais afas­tadas das uni­dades hos­pi­ta­lares por causa do en­cer­ra­mento de uma série de uni­dades nos úl­timos anos».

Con­si­derou por isso ser este «mais um cas­tigo para as po­pu­la­ções que vão ter de passar a pagar muito para ir às suas con­sultas e aos seus tra­ta­mentos que fazem parte dos cui­dados de saúde».

Uma pe­na­li­zação que vai deixar de fora do acesso aos cui­dados de saúde, se­gundo Ber­nar­dino So­ares, uma «série de pes­soas que não vão ter di­nheiro para pagar estes trans­portes» e que por isso dei­xarão de fazer estes tra­ta­mentos, as suas con­sultas de se­gui­mento, «com con­sequên­cias dra­má­ticas para a si­tu­ação da sua saúde».

E cor­ro­bo­rando a opi­nião do de­pu­tado do BE, afirmou ser ver­dade que há aqui dois pesos e duas me­didas: «o Go­verno não re­tira a quem deve, não cobra os di­vi­dendos da PT como o PCP propôs, não cobra à banca como devia, mas vai buscar aos de­sem­pre­gados e re­for­mados».

E há ainda dois pesos e duas me­didas, acres­centou, porque o «PSD de cada vez que se fala de Es­tado so­cial lá vem com o dis­curso contra as me­didas do Go­verno mas a ver­dade é que ne­nhuma das me­didas que está a ser apli­cada deixa de contar com o aval do PSD, de ter o seu voto, de ter o seu apoio, de ter a sua res­pon­sa­bi­li­dade.

«É essa hi­po­crisia de um dis­curso e de uma prá­tica que não coin­cidem que também tem de ser de­nun­ciada», sus­tentou.



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