Lutas nos transportes

Uma concentração de representantes e activistas sindicais promovida pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações estava agendada para ontem, no Rossio, em Lisboa, «em defesa do serviço público de transportes e contra as privatizações, pelo trabalho com direitos e contra a precariedade.

A luta por aumentos salariais de 3,5 por cento, significando um mínimo de mais 35 euros por trabalhador é uma das reivindicações centrais desta acção da federação sindical da CGTP-IN.

Semelhantes propostas de revisão salarial estão a ser entregues pelas respectivas organizações sindicais na EMEF, CP Carga, REFER, Soflusa e Metro de Mirandela, informou, num comunicado de dia 13, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN). A luta em defesa do Acordo de Empresa na Via Porto e por um AE digno na Fertagus vai continuar, assegurou o sindicato, considerando que também só lutando poderão os trabalhadores responder à «fuga da negociação», também no MST.

O SNTSF considerou fundamental a dinamização da acção reivindicativa e da luta dos trabalhadores com os utentes, depois de a administração da CP ter decidido, dia 7, seleccionar um consultor para a subconcessão de exploração do transporte ferroviário de passageiros, nas linhas suburbanas das regiões de Lisboa e Porto». Será uma forma de, «no prazo de dois meses, fazer sair do erário público mais 250 mil euros», acusou o sindicato, salientado que aquela medida prejudicará os trabalhadores, os utentes e o País.

 

Prolongada greve na CP Carga

 

Na CP Carga, o SNTSF decidiu prolongar o pré-aviso de greve, até 31 de Janeiro de 2011, para reivindicar que os trabalhadores mantenham e «apenas desempenhem as funções inerentes à sua categoria profissional». Em causa está o Regulamento de Carreiras com que a administração pretende aumentar o número de funções em muitas categorias profissionais, mantendo os salários.

A administração está a bloquear a negociação, mantendo propostas que os trabalhadores rejeitam, acusou o SNTSF, salientando que a luta empreendida até agora conseguiu forçar «à retirada de muitas matérias» gravosas para os trabalhadores. Mantida e contestada continua a intenção da administração de alterar o princípio do descanso semanal, separando o descanso complementar do compensatório.

O sindicato dos ferroviários voltou a manifestar preocupação com o futuro da CP Carga, e quer saber se está ou não pendente uma eventual privatização, ou uma fusão com a Takargo, ou uma redução de postos de trabalho.

 

Groundforce

 

Quatro sindicatos dos trabalhadores de terra da TAP apresentaram, dia 8, um pré-aviso de greve para os dias 24 e 29, com a finalidade de impedir a concretização do despedimento colectivo dos 336 trabalhadores da Groundforce no aeroporto de Faro. «Este despedimento é um «acto de má gestão», consideraram os sindicatos, pois «foram apresentadas propostas que, mantendo a escala em funcionamento, reduziriam os custos operacionais da empresa em cerca de oito milhões de euros, tornando-a clara e inequivocamente viável».

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica e Afins, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA/CGTP-IN) e o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos reclamam da administração da TAP uma alteração de um comportamento que qualificam como «anti-negocial, prepotente, arrogante e lesivo dos interesses dos trabalhadores».

Solidária com os trabalhadores despedidos manifestou-se também, dia 10, a Assembleia Municipal de Faro, através de uma moção aprovada por unanimidade.

Entretanto, o presidente da TAP, Fernando Pinto, anunciou, dia 13, que a empresa «vai subcontratar serviços para poder manter as operações previstas, assumindo a intenção de substituir os trabalhadores em luta.



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