Relatórios contraditórios
Segundo os comunistas da Madeira, os sucessivos relatórios sobre as consequências e causas do temporal de 20 de Fevereiro, encomendados pela Câmara do Funchal e pelo Governo Regional, manifestam «contradições» e foram feitos «sobre o joelho».
Após uma visita nas zonas altas da cidade do Funchal, com encontro marcado com os jornalistas para o Largo do Encontro, na Freguesia de São Roque, o vereador Dírio Ramos afirmou que dos dois relatórios que foram encomendados pela autarquia a duas empresas distintas «apenas um está concluído e, pasme-se, está datado do mês de Janeiro, ou seja, muito antes da tragédia».
«O outro está ainda por concluir», revelou, à Lusa, o vereador, que alertou para o facto de, «ainda em muitas zonas do concelho, as populações estarem a viver em zonas de risco geológicas».
O eleito aludiu ainda a um relatório encomendado pelo Governo Regional sobre taludes e segurança, que está previsto estar concluído no mês de Agosto, cujo conteúdo a autarquia do Funchal «igualmente desconhece». «O facto é que é difícil assim garantir apoios da União Europeia e do Estado com números baseados em relatórios sem credibilidade», apontou o autarca da CDU.
Cinco meses após a catástrofe, que causou a morte de 45 pessoas, a CDU também admitiu estar «preocupada e com algum receio face à implementação da Lei de Meios», instrumento de financiamento à Região por parte do Estado português e que contempla apoios na ordem dos 740 milhões de euros.
«Esse é um grande problema e o nosso grupo parlamentar está a estudar esse assunto. Parece-nos que há uma grande barafunda entre o PS e o PSD e o facto é que os meios financeiros não estão a chegar, sejam os provenientes do Estado, sejam os oriundos da União Europeia», concluiu.