A Assembleia da República homenageou o Almirante Rosa Coutinho, falecido no passado dia 2, aos 84 anos, aprovando com os votos favoráveis do PCP, PEV, BE e PS um voto de pesar onde a sua figura é recordado como a de um «militar patriota, marinheiro valoroso, profissional íntegro e cidadão dedicado à sociedade».

PSD e CDS votaram contra invocando desacordo quanto à dimensão política e quanto ao seu papel no processo de descolonização. Para o deputado comunista António Filipe o que a posição daqueles partidos revela é «um ressentimento histórico relativamente à descolonização» e não com o militar.

Apresentado pelo Grupo Parlamentar do PCP, o texto realça o «enorme prestígio profissional e militar» de que desfrutava Rosa Coutinho, o que o levou a ser escolhido pelos oficiais do MFA da Armada para integrar a Junta de Salvação Nacional, sendo o seu mais jovem elemento.

Sobre as qualidades humanas e profissionais do oficial de marinha e engenheiro hidrógrafo fala ainda o voto para sublinhar a sua «grande inteligência e notável capacidade realizadora», que se distinguiu pelos trabalhos realizados em Angola e Moçambique.

«Até ao fim da sua vida, o Almirante Rosa Coutinho manteve uma acção cívica própria de um cidadão preocupado com os destinos do seu país e empenhado na construção de uma sociedade justa e solidária», sublinha o voto.

Um voto de pesar pelo falecimento do jornalista e escritor João Aguiar, apresentado pelo PCP, foi também aprovado pela câmara, por unanimidade.