PCP rejeita aumentos dos transportes

Agravar ainda mais a vida

O aumento dos preços dos transportes é uma medida «socialmente inaceitável», considera o PCP, que acusa o Governo de sobre esta matéria montar uma «teia de mistificações, manipulações e meias verdades».

Preços dos transportes sempre a subir

O tema saltou para a agenda parlamentar em debate de actualidade suscitado há oito dias pela bancada comunista, que demonstrou ainda não haver qualquer fundamento económico que justifique uma subida dos preços.

Que a questão «está a ser estudada» e que oportunamente o Governo assumirá a «responsabilidade que tiver que tomar», foi a resposta do ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, que, pelo-sim-pelo-não, entreabriu as portas a mais um agravamento ao repetir o argumento falacioso já antes utilizado pelo secretário de Estado dos Transportes de que há dois anos que os preços dos títulos não são revistos.

Ora não é assim, como comprovou o deputado Bruno Dias, dando como exemplo a Fertagus, a quem foi dada carta branca no contrato de concessão para que possa aumentar os preços todos os anos.

Mas o logro não se fica por aqui. Sobre o «gasóleo-que-está-mais-caro», lembrou que os aumentos dos transportes verificados há dois anos (de 3,91% e de 5,83%, em Janeiro e Julho de 2008, respectivamente), reflectiram então a evolução louca dos preços dos combustíveis, sendo que desde essa data e até Março de 2009 o gasóleo registou uma descida de 33,7% do preço médio.

E se é certo que subiu 12% no último ano, não é menos verdade que mesmo com este aumento os valores mantiveram-se abaixo dos níveis do Verão de 2008, isto é, sem que os preços dos transportes tivessem acompanhado essa descida.

«Ou seja, a indexação dos tarifários do transporte público aos preços dos combustíveis e à inflação serviu para aumentar as tarifas, mas já não serviu para as baixar quando foi caso disso», observou Bruno Dias, pondo assim a nu o facto de os utentes dos transportes estarem a pagar há quase dois anos um «tarifário que se manteve convenientemente elevado, baseado em preços recorde do petróleo, do Verão de 2008, que nunca mais voltaram a ser atingidos».

Assinalado, entretanto, foi ainda o facto de o mais recente aumento de cinco para seis pontos percentuais do IVA significar só por si um agravamento dos preços dos transportes, com evidente prejuízo para a população.

Resumindo, há muito que se assiste a uma perda contínua, não à perda de receitas das empresas mas sim à perda do poder de compra dos trabalhadores e do povo. E é esta perda que urge inverter, sustentou Bruno Dias.



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