Não ao roubo nos salários!
O PCP promove hoje, ao longo de todo o dia, uma acção nacional contra as novas medidas anunciadas pelo PS e pelo PSD contra os salários dos trabalhadores, que culmina num comício em Lisboa.
Com as medidas anunciadas, PS e PSD premeiam os especuladores
O comício realiza-se na histórica colectividade A Voz do Operário, pelas 21 horas, e conta com a intervenção do Secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa. Durante todo o dia, junto a empresas e outros locais de concentração popular, os comunistas estarão a distribuir o folheto que suporta esta acção.
Nesse documento, os comunistas acusam PS e PSD de invocarem o combate ao défice para conspirarem e acelerarem a sua política de «desastre nacional». O PCP acrescenta ainda que «não é o interesse do País que os move, mas sim a tentativa de aproveitar a crise para aumentar as injustiças e as desigualdades, premiar os especuladores, amarrar ainda mais o País a um rumo de retrocesso e declínio que a política de direita vem impondo».
O folheto adianta ainda que o «ataque aos salários e pensões, ao subsídio de desemprego – reduzindo a prestação social, estimulando os despedimentos e favorecendo a redução dos salários –, as privatizações constituem, a par do aumento do IVA e de novos cortes no investimento público, uma segunda fase das medidas anunciadas no PEC».Este ataque aos salários, com a retenção de 1 e 1,5 de imposto sobre os salários, é «um roubo aos trabalhadores para encher os cofres do capital financeiro». Um roubo que, acrescenta o PCP, é «ainda mais chocante quando mais de quatro mil milhões de euros de recursos públicos foram desviados para o escândalo do BPN e quando os principais bancos estão a lucrar agora mais de 5 milhões de euros por dia».
Quando ao aumento do IVA, o PCP entende tratar-se do «agravamento de um imposto cego sobre o consumo» que constitui um «novo golpe no poder de compra e um factor de penalização da actividade económica». Com o aumento deste imposto, incluindo nos bens de primeira necessidade, como o pão, o leite ou os medicamentos, «são penalizados sobretudo os trabalhadores e reformados com mais baixos rendimentos».
Neste folheto, os comunistas reafirmam que a «raiz do problema está no capitalismo e na sua crise actual». Em curso está, garantem, um «inaceitável e criminoso processo de concentração e centralização capitalista destinado a acumular lucros para os que exploram e especulam, alcançados à custa do empobrecimento dos que vivem do seu trabalho».
Esta acção é suportada também por cartazes de rua.